Emenda de Oriovisto visa reduzir os valores e os prazos da PEC da Transição. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Na véspera da
apresentação do parecer sobre a reforma tributária, parlamentares ligados à discussão da proposta, e que inclusive integram a Comissão Mista que debate o tema, ainda não sabem qual será o teor do relatório do deputado
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Membros do colegiado relataram hoje ao
Congresso em Foco que só devem ter conhecimento da proposta amanhã, às 15h, na sessão destinada à apresentação do texto.
Ainda que o governo e o presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), trabalhem para fazer a proposta avançar de vez, o clima entre os parlamentares é de descrédito. Integrante da Comissão Mista da Reforma Tributária, o senador
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), critica que, após quase dois anos e meio de governo, não há clareza sobre o que o ministro da Economia,
Paulo Guedes, pensa sobre a reforma.
"Isso tem que necessariamente partir do seu
Paulo Guedes, ele é o grande responsável", afirma o parlamentar, para quem o Ministério da Economia deveria liderar os estudos e propor uma reforma clara, ampla e com "começo, meio e fim".
Na visão do senador, Guedes tinha de apresentar algo didático, que fosse de fácil compreensão de empresários, da população e de governadores, baseada na simplificação de pagamento de tributos e na manutenção da carga tributária atual, sem aumentos. "E ele nunca mandou", concluiu o senador.
Assim como outros parlamentares afirmaram ao
Congresso em Foco nos últimos dias, Oriovisto não vê com bons olhos
a estratégia de fatiar a reforma. "O manicômio [tributário] continua e toda vez que mexeram a carga tributária aumentou", diz.
O senador, que é economista, acredita cada vez menos na aprovação da
reforma tributária e acrescenta que, se não aprovar neste ano, a medida já não conseguirá passar pelo Congresso neste governo. "Tem que ser um presidente que tenha liderança nacional para convencer governadores, para convencer empresários, tem que ser alguém confiável", resume.
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