A AGU rebateu as acusações envolvendo o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro, acusados de uso irregular do dinheiro público. [fotografo]Reprodução[/fotografo]
O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (25) que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cometeu crime ao defender o chamado "tratamento precoce" para a covid-19.
"Não tenho dúvida nenhuma da irresponsabilidade dele de tratamento precoce, da irresponsabilidade dele de não ter respondido a Pfizer. A irresponsabilidade dele de, como ministro da Saúde, não ter se aliado ao Instituto Butantan para acelerar a produção daquela vacina e não apenas a vacina da Fiocruz. Tudo isso caracteriza crime e a PGR está investigando", disse.
O kit medicamentoso patrocinado por Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello contra a covid-19 - composto por cloroquina, hidroxiclroquina e ivermectina - não tem eficácia comprovada na prevenção ou no tratamento precoce da doença. Mesmo assim, o governo federal lançou um aplicativo que
prescreve os remédios até mesmo para sintomas de ressaca.
Maia afirmou ser a favor da instalação de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a conduta do ministério da Saúde na pandemia.
"Eu, por exemplo, tenho defendido a CPI da Saúde. Se nós tivéssemos a prerrogativa do impedimento de um ministro, não é nossa prerrogativa. Nossa prerrogativa de impedimento de ministro é só conectado ao presidente da República. Mas em relação ao ministro, não tenho dúvida nenhuma que já tem crime. Pelo menos o ministro da Saúde já cometeu crime", frisou.
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Apesar das críticas a Pazuello, o presidente da Câmara afirmou que ainda não dá para saber qual a responsabilidade de Bolsonaro pelo atraso nas vacinas.
"Qualquer crime de ministro é pela PGR, mesmo crime de responsabilidade de ministro não é pela Câmara. Só crime conexo ao presidente da República, só se tivesse a caracterização que o presidente é responsável por aquele crime. Eu não posso te dizer hoje que o presidente é responsável pela não resposta à Pfizer. Isso precisaria ser investigado", declarou.
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