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Congresso em Foco
11/04/2018 | Atualizado às 18h59
<< Facebook será investigado pelo Ministério Público do DF por uso ilegal de dados de usuários brasileirosNessa terça-feira (10), Zuckerberg falou ao Senado, onde pediu desculpas e admitiu falhas no tratamento do escândalo do vazamento e na interferência de contas russas também na eleição presidencial americana de 2016. O fundador da rede social foi questionado por parlamentares sobre a coleta de registros de pessoas fora da plataforma, criando os chamados "perfis sombra". "Você disse que todo mundo controla dados, mas você está coletando informações de pessoas que não estão nem cadastradas. O Facebook tem perfis de pessoas que nunca assinaram a plataforma?", indagou o senador Ben Luján. "Temos dados de pessoas não cadastradas por razão de segurança", admitiu Zuckerberg. A senadora Debbie Dengell citou como exemplo os botões de compartilhamento de textos pelo Facebook permitirem rastrear qualquer pessoa na internet. "Vocês têm rastreadores na web. Não importam se você tem uma conta. Por meio dessas informações, podem coletar informações sobre todos nós", disse. Ao perguntar quantos recursos semelhantes estão instalados em outras páginas fora do Facebook, Zuckerberg não soube responder. O presidente da empresa foi questionado se o Facebook estaria gravando conversas pelos microfones dos celulares. Ele negou a prática. "Não estamos coletando informações de microfones. Só usamos quando gravamos um vídeo. Meu entendimento é que em muitos desses casos são coincidências". Entretanto, admitiu que o recurso de reconhecimento facial inclui também pessoas presentes em fotografias que não estão cadastradas na plataforma. "Para tecnologias sensíveis, como a de reconhecimento facial, seria importante ter uma forma de consentimento", ponderou. Navegação rastreada Zuckerberg confirmou que dos usuários cadastrados são coletados não só registros do que é publicado e compartilhado, mas também atividades realizadas quando a pessoa não está logada na plataforma, como os sites visitados. Quando questionado sobre a razão dessa prática, justificou que esses procedimentos ocorrem "por razões de segurança" e para subsidiar a difusão de anúncios. "Rastreamos algumas [informações de navegação] por questão de segurança e anúncios. Mesmo se a pessoa não está logada, rastreamos o que está acessando como medida de segurança. Nos anúncios, coletamos para que eles sejam mais relevantes. Mas há um controle, que a pessoa pode desligar", disse. Ao ser questionado se essa forma de funcionamento não implicaria uma violação da privacidade dos usuários, Zuckerberg respondeu que a proteção está na capacidade dos usuários de escolherem o que e para quem compartilham conteúdos. "Toda vez que alguém escolhe compartilhar algo, o app permite escolher se se você quer compartilhar só com seus amigos ou público". Modelo de negócios Os parlamentares quiseram saber se estaria disposto a mudar seu modelo de negócio, calcado na monetização de dados, para vender anúncios. Zuckerberg não se mostrou disposto, e por essa razão, recebeu críticas de diversos congressistas na audiência. "Vocês mantêm dados. Há informações que as pessoas nem sabem que estão sendo geradas. Sua plataforma está virando um mix de entretenimento, rede social e manipulação", disparou o senador Joe Kennedy. Regulação Diante da descrença de se manter privacidade, parlamentares defenderam legislações voltadas à garantia dos usuários. Nesta terça-feira (10), no depoimento à Câmara, parlamentares também se manifestaram nesse sentido, e Zuckerberg admitiu a importância da plataforma ser regulada. Alguns congressistas informaram que apresentarão propostas e convidaram o fundador do Facebook para contribuir com o debate. Ele reiterou que não é contra a regulação, mas que é preciso discutir o conteúdo.
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