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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Glauco Humai
20/3/2018 | Atualizado às 13:06
[fotografo]Reprodução[/fotografo][/caption]
E como eles alcançaram esses resultados? As oito pessoas que moram na comunidade tomam banhos de três minutos, no máximo, e usam água na bacia para lavar a louça. Sem contar que ainda usam o chamado banheiro seco, um sistema de descarte que armazena os resíduos humanos num recipiente de feno em que eles vão sendo naturalmente transformados em adubo.
Essas soluções em busca de novas fontes de abastecimento colocam por terra os argumentos dos órgãos oficiais de que "essas alterativas devem ser estimuladas, mas não são viáveis quando se fala de políticas públicas", conforme destacou Maurício Luduvice, presidente da Caesb.
Na contramão da posição dos órgãos oficiais está o professor da Universidade de Brasília e também arquiteto Daniel Sant´Ana. Ele coordena o projeto Reuso DF, uma parceria entre Adasa e UnB, que investiga a viabilidade de alternativas de reaproveitamento de água de acordo com o perfil socioeconômico dos habitantes do DF. Em conclusões iniciais (o trabalho deverá ser finalizado este ano), a pesquisa mostrou que, se de um lado modificar a estrutura de edifícios e condomínios já construídos pode ser inviável, de outro lado pode ser muito simples incentivar, com benefícios fiscais, a reutilização de água para quem ainda vai construir.
Daniel sugere, inclusive, que o governo cobre tarifas diferenciadas de acordo com o padrão de consumo das famílias - consumo da água, não do serviço. Atualmente, por causa da famigerada tarifa mínima (ameaçada de ser extinta), quem consome menos paga pelos outros. Todas as unidades consumidoras são obrigadas a pagar por um consumo mínimo de 10 mil litros. Quem mora sozinho, por exemplo, não consegue consumir tudo isso e tem na tarifa mínima um incentivo ao gasto desnecessário.
Nayara, Sérgio e Daniel são exemplos de posturas políticas globais. As grandes questões que devem nortear as políticas públicas dos governos neste século não têm fronteiras. Mas ainda esbarram nos interesses bairristas, mesquinhos e personalistas de quem finge não perceber o óbvio em nome dos possíveis ganhos eleitoreiros e das vantagens pessoais que se podem extrair de uma obra milionária. Que os dois fóruns em curso nos tragam novos rumos.
Do mesmo autor:
<< O sistema que não nos representa << Terra sonâmbula
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