Mesmo para uma gaúcha atenta às notícias de enologia, as novidades da produção vinícola do Rio Grande do Sul não param de surpreender. Novos rótulos, novas castas viníferas, mais prêmios à qualidade dos vinhos em concursos no exterior, as boas notícias são fartas.
Segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a área de produção vitivinícola no país é hoje de 79,1 mil hectares, em seis regiões. São 1,1 mil vinícolas espalhadas no Brasil, sendo que a maioria é de pequenas propriedades, numa média de 2 hectares de vinhedos por família. No Hemisfério Sul, o Brasil é o quinto maior produtor.
O Vale dos Vinhedos, na região da Serra Gaúcha, é a área produtora mais conhecida pelos amantes do vinho, e lá estão algumas das melhores vinícolas da região. Situado a cerca de 120 quilômetros da capital, o Vale é formado pelas cidades de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Garibaldi (onde estão concentrados os produtores de espumantes).
São mais de 30 vinícolas que oferecem vinhos deliciosos com reconhecimento de qualidade crescente. A região é belíssima, com gastronomia típica e também com atrações de turismo de inverno, procuradas por muitos brasileiros. A área atraiu muitos imigrantes italianos que começaram a chegar a partir de 1875. Há passeios guiados e diversas opções de roteiro pelas adegas e parreirais e pelas cantinas e galeterias.
Há outra região produtora de vinhos no Rio Grande do Sul que começa a brilhar e a conquistar paladares dos mais diversos e exigentes. Trata-se da região da Campanha Gaúcha, que despontou nas últimas décadas com o surgimento de novos vinhedos e castas.
Os produtores estão aguardando o reconhecimento da Indicação de Procedência (IP), que perseguem há mais de cinco anos de trabalho. Em dezembro passado, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha protocolou o pedido no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), em Porto Alegre.
Enquanto isso, os rótulos de vinho produzidos na campanha continuam a encantar paladares. A produção de vinhos na região começou nos anos 80, quando a Almadén estabeleceu o maior vinhedo na América do Sul. Pesquisadores da Embrapa destacam que a região apresenta o clima mais quente entre as demais áreas produtoras de vinho, com chuvas bem distribuídas e boa insolação. Outro fator são as áreas de planície com encostas de baixa declividade, que facilita a mecanização da produção.
Á área de vinhedos hoje é de 1.500 hectares e há diversas vinícolas de qualidade. Muitos desses rótulos são mais fáceis de encontrar no Rio Grande do Sul. Para quem se interessar, uma boa opção é a Vinhos&Sabores, em Porto Alegre, uma loja focada em vinhos e espumantes nacionais (
www.vinhosesabores.com.br), que entrega em outros estados.
Lá se pode encontrar espumantes nacionais especiais como o produzido pela Maximo Boschi Extra Brut Safra 2009. Envelhecido 36 meses, todas as garrafas numeradas, a produção foi de 1.350 garrafas. A vinícola do Vale dos Vinhedos tem como proposta produzir vinhos e espumantes de guarda, e de alta qualidade. Em Brasília, os vinhos da Maximo Boschi são vendidos na World Wine, na 410 Sul (
www.worldwinebsb.com.br)
Merecem também bastante atenção os vinhos da Almaúnica, vinícola do Vale dos Vinhedos, fundada em 2008, pelos irmãos gêmeos Magda e Márcio Brandelli, filhos de Laurindo Brandelli, da vinícola Don Laurindo, também na região. O Chardonnay 2016 lembra um bom Chablis, com 16 meses de barrica.
Há muitos outros rótulos e vinhos de uvas diferentes, que surpreendem. Um exemplo é produzido pela vinícola Capoani, um Gamay Noveau, safra 2017. Um vinho leve, um tinto de verão, que pode ser consumido refrescado. Produzido ao estilo do Beaujolais Noveau, é frutado e apropriado ao clima tropical brasileiro.