Vídeo: PSDB admite que "errou", mas faz suspense sobre os erros que diz ter cometido
Congresso em Foco
08/08/2017 | Atualizado às 22h59
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O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) divulgou nesta terça-feira (8), em redes sociais e de televisão e rádio, um vídeo de 30 segundos em que admite ter cometido erros, mas sem apontar quais foram eles. Enumerando uma série de situações em relação às quais diz ter acertado, o partido provoca a curiosidade de telespectadores e internautas ao convidar o público para, no próximo dia 17, a partir das 20h30, conhecer "as ideia e posições do PSDB diante do futuro do Brasil".
Veja o filmete:
"O PSDB acertou quando criou o Plano Real. Mas agora, errou. Acertou quando lutou pelas 'Diretas Já' e anistia [a fatos relativos à ditadura]. Agora, errou. Foi quem implantou os 'agentes de saúde'. Mas agora, errou. O PSDB errou e tem que fazer uma autocrítica. Não adianta pedir desculpas", diz o filmete de 30 segundos, entrecortando a narrativa sobre os acertos com declarações de que errou feitas por atores.
Levado a público dias depois da manutenção do senador Tasso Jereissati (CE) como presidente interino do partido, o vídeo levanta especulações sobre que tipo de erro está a se admitir agora. Afastado do comando da legenda em 18 de maio, depois de que foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, delator da Operação Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB) pode ser um protagonista da tal autocrítica no próximo programa partidário, mas nada foi adiantado pelos tucanos.
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Segundo o jornalista Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo e responsável pela reportagem sobre a delação de Joesley, o partido vai defender o parlamentarismo no programa do próximo dia 17, com uma medida adicional. "Prudentemente, vai esconder a cara dos seus líderes. Aécio Neves, então, nem pensar. No programa, narrado por um locutor profissional, o PSDB fará a defesa do parlamentarismo como forma de sair da crise", diz Lauro, em informação veiculada nesta segunda-feira (7).
[caption id="attachment_304192" align="alignright" width="380" caption=""Errou": PSDB provoca curiosidade e alimenta expectativa para próximo programa partidário"][fotografo]Reprodução/Youtube[/fotografo][/caption]Defensor da aliança com o presidente Michel Temer, Aécio tem perdido força na legenda, mas mantém influência em setores do partido. A ele é atribuído o feito dos 22 votos do PSDB obtidos contra a denúncia por corrupção passiva enfrentada por Temer na Câmara, quando 21 tucanos votaram a favor. Estimava-se um número mais elevado de votos contra o governo nessa votação. Outra especulação sobre o erro do partido é justamente a aliança com Temer, como Aécio alvejado pelas revelações de Joesley Batista e outros executivos do Grupo JBS.
Ao receber amparo para se manter na presidência do partido, o senador Tasso Jerreissati, defensor do desembarque do governo, fortalece a tese de que o erro em questão é o fim da aliança com Temer. Com quatro ministérios na gestão peemedebista, o PSDB é apontado como infiel da base aliada - uma vez que não fechou questão pelo voto a favor de Temer na Câmara- e, por isso, sofre pressão de outros partidos para entregar as pastas. Líderes da base, principalmente de partidos do chamado "Centrão", também reivindicam do próprio Temer uma redistribuição de cargos e postos de comando entre os aliados que toparam defendê-lo na polêmica e conturbada votação da denúncia.
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