[caption id="attachment_272153" align="alignright" width="380" caption="Clarissa chorou em plenário ao receber solidariedade de Manato"]
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[fotografo]Reprodução/TV Câmara[/fotografo][/caption]
Expulsa do PR ontem (segunda, 21), a deputada Clarissa Garotinho (sem partido-RJ) chorou no Plenário da Câmara nesta terça-feira (22) ao falar sobre a prisão de seu pai, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, e dizer que houve abuso de autoridade no caso. Na última quinta-feira (17), ao saber que o pai seria levado de um hospital para o presídio de Bangu, Clarissa já havia se revoltado com a situação: ela e sua mãe, Rosinha Garotinha (PR), atual prefeita de Campos (RJ), imploraram aos agentes policiais que não retirassem o ex-governador do hospital devido à sua situação médica.
Um
vídeo mostra o exato momento em que agentes levam Garotinho até a ambulância que o encaminhou para a cadeia: "Meu pai não é bandido", repetiu várias vezes Clarissa, aos prantos.
Hoje (terça, 22), Clarissa voltou a se emocionar ao falar do pai - agora em Brasília, diante de seus pares na Câmara. "Meu pai foi submetido a um cateterismo, ele colocou um
stent [dilatador de artéria]. Esse estresse todo, desnecessário, ao qual ele foi submetido, ele poderia ter infartado. E quem iria responder pela vida dele, senhor presidente? Quem?", protestou a deputada, emocionando-se ao receber a solidariedade do deputado Manato (SD-ES).
"Senhor presidente, o senhor não tem noção do que vivenciamos. Não podemos mais permitir mais, no Brasil, esse tipo de coisa, esse tipo de desumanidade", acrescentou a deputada, passando a denunciar o juiz responsável pela prisão de Garotinho - Clarissa disse que ele agiu "de maneira criminosa" ao vazar conversa entre Garotinho e seu advogado.
Veja o momento em que Clarissa chora em plenário:
Garotinho foi preso na última quarta-feira (16), acusado de coagir testemunhas e tentar comprar milhares de votos com a distribuição do Cheque-Cidadão, um programa social destinado a pessoas de baixa renda em Campos, em troca de votos para a eleição de aliados políticos. A defesa alega que ele é inocente e que a prisão é arbitrária e ilegal.
No Complexo Penitenciário de Bangu, onde Garotinho chegou a ficar detido, está
preso desde terça-feira (15) outro ex-governador do Rio de Janeiro: acusado de liderar um grupo suspeito de ter desviado mais de R$ 220 milhões dos cofres públicos, Sérgio Cabral (PMDB) havia renunciado em abril de 2014 em meio a acusações de corrupção e manifestações populares diárias no estado.
Na ocasião, a página de Garotinho na internet comemorou a prisão de Cabral. Os dois são desafetos políticos.
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