[caption id="attachment_80033" align="alignright" width="319" caption="Posse de
Wilder Morais (à esquerda) foi conduzida pelo quarto-secretário,
Ciro Nogueira"]

[fotografo]Geraldo Magela/Ag. Senado[/fotografo][/caption]

O primeiro suplente de senador
Wilder Morais (DEM-GO) tomou posse nesta manhã no Senado, menos de 48 horas
após a cassação do mandato do titular, o agora ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de ter mentido para os colegas e ter usado o mandato em favor do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Formado em engenharia civil, o empreiteiro de 44 anos era secretário de Infraestrutura de Goiás.
Wilder assinou o termo de posse e fez o juramento previsto no Regimento Interno do Senado diante da presença de apenas quatro senadores: o quarto-secretário da Casa,
Ciro Nogueira (PP-PI), Ana Amélia (PP-RS), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Roberto Requião (PMDB-PR). No juramento, o novo senador comprometeu-se a guardar a Constituição Federal e as leis do país, desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador e sustentar a união, a integridade e a independência do país.
Por 56 votos a 19, Senado cassa Demóstenes Torres
Outros destaques de hoje do Congresso em Foco
"Fui tratado como cão sarnento", diz Demóstenes
A rápida posse pegou os demais senadores de surpresa, conforme registra a Agência Senado. Ele tinha 60 dias para assumir a cadeira. Wilder, que estava de férias no Nordeste, entrou em contato esta manhã com integrantes da Mesa Diretora, informando que estava em Brasília e que desejava assumir o mandato. A cerimônia foi conduzida pelo quarto-secretário.
Doação
É a primeira vez que Wilder ocupará um cargo no Legislativo. Ele foi um dos financiadores da campanha de Demóstenes em 2010. Doou, segundo informação disponível na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 700 mil para a reeleição do ex-senador. Com a posse de Wilder, a bancada do Democratas - que estava reduzida a quatro desde a desfiliação de Demóstenes - volta a ter cinco representantes no Senado.
Reportagem publicada ontem (12) pela
Folha de S. Paulo mostra diálogo telefônico entre Wilder e o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo da Polícia Federal. Na conversa, gravada com autorização judicial, Cachoeira diz ter sido responsável pela indicação do suplente para a chapa de Demóstenes e para a Secretaria de Infraestrutura no governo de Marconi Perillo (PSDB).
Os dois romperam relações por causa de questões pessoais. A atual mulher de Cachoeira foi casada com Wilder, com quem tem dois filhos. O contraventor foi o pivô da separação do casal.
O empresário declarou à Justiça eleitoral possuir patrimônio de R$ 14 milhões. Mas, segundo reportagem do jornal
O Globo, publicada na última quarta-feira, o novo senador omitiu bens em sua declaração. Entre os bens omitidos, segundo o jornal, estão dois
shopping centers em Goiânia e Anápolis.
Por meio de seu microblog, Wilder negou a omissão. "Sobre os bens que a imprensa diz não estarem na minha prestação de contas, há um equívoco na informação", declarou. "Os empreendimentos citados pertencem ao Grupo Orca, onde sou um dos cotistas. Isso consta em minha prestação de contas no TSE e na RF", acrescentou.
Ontem, Demóstenes reassumiu seu cargo como procurador de Justiça em Goiás. O senador cassado terá salário de R$ 24 mil.