[caption id="attachment_86016" align="alignright" width="285" caption="Carmen Lúcia: "O dinheiro está para o crime como o sangue está para as veias""]
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[fotografo]Nelson Jr./STF[/fotografo][/caption]Em voto curto e rápido, a ministra Cármen Lúcia, sexta a votar o item 4 do processo do mensalão, sobre lavagem de dinheiro, condenou Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Simnone Vasconcellos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Rogério Tolentino pelo crime de lavagem de dinheiro. Já nos casos de Ayanna Tenório e Geiza Dias, ela votou pela absolvição por falta de provas. Ao terminar seu voto, a magistrada deixou o Supremo Tribunal Federal e seguiu para o Tribunal Superior Eleitoral, onde é presidente. Todas as quintas-feiras, a corte eleitoral realiza sessões a noite.
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Dessa forma, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, votou pela condenação de seis réus ligados ao Banco Rural e ao grupo do publicitário Marcos Valério por lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público, os dirigentes do Banco Rural, o empresário Marcos Valério e seus ex-sócios movimentaram milhões de reais de forma suspeita e omitiram os reais recebedores dos recursos, além de desrespeitarem normas dos órgãos de controle. Foram considerados culpados: a dona do Banco Rural, Kátia Rabello e o vice-presidente Vinicius Samarane, Marcos Valério, seus ex-sócios, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e sua ex-funcionária Simone Vasconcelos. Votaram neste sentido os ministros Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Luiz Fuz, Dias Toffoli e Carmen Lúcia.
Da mesma forma, os ministros que votaram até o momento inocentaram a ex-diretora do Banco Rural Ayanna Tenório. Ela também foi absolvida da acusação dos crimes de gestão fraudulenta, crime considerado antecedente para caracterizar a lavagem de dinheiro.
Segundo a acusação apresentada pelo Ministério Público, o Banco Rural atuou como facilitador do esquema e cedeu sua estrutura para a realização da lavagem, que seria responsabilidade de Marcos Valério. Segundo a denúncia, o Banco Rural teria injetado R$32 milhões no esquema por meio de empréstimos simulados.
Cármen Lúcia afirmou que este item da denúncia é o mais importante do julgamento, porque "o dinheiro é para o crime como o sangue é para a veia. Se não circular, com volume e sem obstáculos, não temos esquemas criminosos como esse. [...] O crime precisa do dinheiro para viver".
Ainda não há definição em relação à situação de três réus: o atual vice-presidente do Banco Rural, Vinícius Samarane, com cinco votos pela condenação; a ex-funcionária de Marcos Valério, Geiza Dias, com quatro votos pela absolvição e o advogado do publicitário, Rogério Tolentino, com quatro votos pela condenação.
Cármen Lúcia foi a sexta magistrada a votar no item 4 da denúncia, que trata da lavagem de dinheiro operada pelo núcleo financeiro-publicitário do esquema. Faltam ainda a argumentação dos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto.
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