Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
13/6/2018 | Atualizado às 17:29
<< De "bom profissional" a "entreguista": o que presidenciáveis dizem sobre a demissão de Parente << Denúncias e crise do diesel aumentam pressão sobre presidente da Petrobras. Demissão é cogitadaEm outra reportagem, Filipe Coutinho informa que o empresário Odilon Nogueira Junior, também sócio de Pedro Parente, tem contrato de R$ 11 milhões firmado sem licitação com a petrolífera. A matéria diz que o empresário fechou contrato de prestação de serviços de pesquisa e gestão em março de 2017, quando Parente já presidida a estatal do petróleo. E que, cinco meses depois do acordo, passou à condição de sócio do presidente da Petrobras. Odilon é proprietário da Dana Tecnologias, que funciona em sua própria residência. Graças às revelações da revista, a Comissão de Ética da Presidência da República abriu processo contra Parente nesta terça-feira (12), com questionamentos dirigidos a ele e à própria Petrobras. Otto Alencar (PSD-BA), que puxou o assunto na sessão deliberativa de plenário, levou transcrições da reportagem e apresentou o que seriam provas do vínculo societário entre Parente e José Berenguer. Dirigindo-se ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para cobrar providências do Senado, Otto vociferou da tribuna contra o ex-presidente da Petrobras e disse que ele é protagonista de um escândalo a que chamou de "parentão". "Presidente, eu quero saber se nós vamos ficar aqui anestesiados, sedados, sem fazer absolutamente nada, neste escândalo vergonhoso. As provas estão aqui de que ele é sócio, de que a mulher é sócia. O cara paga R$ 2 bilhões, e parece que são R$ 2. Isso é uma vergonha. Este escândalo, que eu chamei aqui de "parentão", é tão grande e deu tantos prejuízos à Petrobras como deu também, lá atrás, o petrolão. O silêncio aqui é total, silêncio de pântano. Ninguém diz nada. Estão todos calados, mas o escândalo está aqui, com provas", protestou Otto Alencar. O senador Omar Aziz (PSD-AM) pediu aparte para apoiar o discurso do colega. "O assunto que o senador Otto traz é um assunto claro de influência para beneficiar pessoas ligadas ao Pedro Parente. Veja bem, ele era presidente de uma estatal brasileira, e o senador Otto coloca claramente aqui como cresce o número de clientes de um escritório que cuida de grandes fortunas, inclusive fortunas que têm investimentos e ações dentro da Petrobras", declarou o amazonense, também cobrando providências por meio da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Primeiro-secretário da Casa, José Pimentel (PT-CE) foi o único da Mesa a se manifestar sobre a demanda dos colegas. E também apoiou a intervenção de Otto Alencar, dirigindo-se ao interlocutor. "Eu sugeriria a vossa excelência que pudéssemos fazer uma representação à Procuradoria-Geral da República, porque eles [investigadores] são tão ágeis em algumas situações, mas são cegos e moucos em outras situações, como nesse caso concreto. Para que nós possamos, através de um conjunto de senadores e senadoras, protocolar essa representação, pedindo a instauração de um inquérito", intercedeu o petista, acrescentando que a ação deve ser estendida ao Tribunal de Conas da União (TCU). Acordo bilionário Como este site mostrou em 30 de maio, a crise dos combustíveis e o acúmulo de críticas e denúncias contra Pedro Parente tornou sua situação insustentável na chefia da Petrobras. Até sindicato de petroleiros se insurgiram com ameaça de greve, como o Congresso em Foco também adiantou, contra a gestão da atividade de refino - uma política voltada aos interesses de grupos internacionais, como algumas lideranças da categoria disseram à reportagem. O próprio senador Otto Alencar já encaminhou ao TCU um requerimento (leia a íntegra), devidamente aprovado pelos pares, em que solicita informações sobre um acordo recentemente firmado entre a Petrobrás e investidores americanos. No acerto fechado em Nova York, que veio a público no início deste ano, suspende-se ação coletiva iniciada por um grupo de acionistas e detentores de títulos da petrolífera depois dos prejuízos decorrentes dos desvios de recursos descobertos pela Operação Lava-Jato. Como contrapartida, a Petrobras aceitou pagar US$ 2,95 bilhões a tais investidores, em duas parcelas de US$ 983 milhões e outra de US$ 984 milhões. CPI As senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA) já apresentaram pedido de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a gestão Pedro Parente. Com 29 assinaturas, duas além do necessário para instalar o colegiado, o requerimento (leia a íntegra) tem que ser lido em plenário em sessão deliberativa e, uma vez aprovado, possibilitar a indicação de lideranças partidárias para sua composição. A comissão de inquérito pretende se debruçar sobre o período de gestão iniciado em junho de 2016, quando Parente tomou posse. Para tanto, pede tempo limitado em 30 dias e indicação de sete membros titulares e sete suplentes para a formação do colegiado. O requerimento diz ainda que o objetivo é investigar "a nova política de preços adotada pela empresa a partir do mês de outubro de 2016", além de "investigar também a política de desinvestimento e seus reflexos na composição dos preços dos combustíveis". "A política em curso de desinvestimento da Petrobras não atende ao interesse nacional. A empresa está sendo desintegrada com o plano de negócios, com saída do transporte de gás, dos biocombustíveis, da petroquímica, dos fertilizantes, da energia elétrica etc. A empresa, ao contrário da Shell, Exxon, Statoil, etc, está concentrando na produção de petróleo, e deixando de ser uma empresa de energia. [...] A adoção de modelo de negócios baseado em premissas falsas tem o objetivo de maximizar o valor para o acionista no curto prazo, comprometendo o futuro da empresa em prejuízo do Brasil", diz trecho do pedido de CPI. Outro lado O Congresso em Foco obteve da Petrobras respostas sobre as questões levantadas nos últimos dias por senadores da oposição e até pela própria imprensa. A reportagem questionou a estatal sobre o repasse de R$ 2 bilhões ao presidente da JP Morgan; a acusação dos petroleiros sobre o suposto favorecimento a grupos estrangeiros; e o pedido de informações do Senado junto ao TCU. Os esclarecimentos estão transcritos na íntegra, da forma com que foram enviados à reportagem (leia todas as respostas aqui).
<< Temer acumula cansaço com a sangria de seus homens de confiança << Presidente da Petrobras pede demissão do cargo; veja a íntegra da carta de demissão
Tags
Temas
LEIA MAIS
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
Minha Casa, Minha Vida: como ficam as regras para a classe média
TENTATIVA DE GOLPE
Barroso rebate críticas da Economist e defende atuação do STF