[caption id="attachment_215889" align="alignleft" width="285" caption="Manifestantes contra e a favor da revisão do estatuto acompanharam votação"]

[fotografo]Antonio Araújo/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Por 19 votos a 8, deputados aprovaram nesta terça-feira (27) o parecer de Laudivio Carvalho (PMDB-MG) propondo mudanças no Estatuto do Desarmamento (Projeto de Lei 3.772/12). A votação foi realizada na comissão especial instalada na Câmara para discutir a legislação. Destaques ao projeto ainda serão analisados na próxima terça-feira (3). A proposta, intitulada Estatuto de Controle de Armas de Fogo, flexibiliza as regras em vigor e reduz, por exemplo, de 25 para 21 anos a idade mínima para o porte de armas. Concluída a fase de destaques, o texto seguirá para votação em plenário.
Diferentemente do atual estatuto, que obriga o interessado a declarar a efetiva necessidade da arma - o que permite que a licença venha a ser negada ou recusada pelo órgão expedidor -, o novo texto assegura a todos os cidadãos, desde que cumpram pré-requisitos exigidos em lei, o direito de portar armas de fogo com o objetivo de proteção do patrimônio ou legítima defesa.
O projeto determina a exigência de curso para comprovar a habilidade do cidadão no manejo de arma de fogo, e prevê quatro tipos diferentes de licença: funcional; pessoal; para porte rural; e de atirador e caçador. O texto define ainda que as licenças são pessoais, intransferíveis e válidas por dez anos em todo o território nacional.
A licença funcional assegura o porte de arma para diversas categorias, como senadores e deputados; membros da Advocacia-Geral da União; agentes de fiscalização do Sistema Nacional do Meio Ambiente; agentes de segurança socioeducativos; e peritos e auxiliares de órgãos de perícia oficial de natureza criminal.
Veja a íntegra do substitutivo aprovado
Divergências
Durante a sessão, membros da comissão divergiram em relação às consequências do acesso da população a armas de fogo. Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que a aprovação do projeto "é uma confissão de falência do poder público". "O que está sendo dito hoje aqui é 'graças à nossa incompetência, defendam-se vocês,virem-se vocês, salvem-se vocês'", declarou o deputado fluminense durante a sessão.
Por outro lado, João Rodrigues (PSD-SC) afirmou que o projeto irá permitir que a população se defenda. Ao comentar o posicionamento do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, contrário às alterações propostas no estatuto, João Rodrigues o acusou de não querer trabalhar. "Alguns secretários que estão se manifestando não querem mais trabalho, porque lhes faltam capacidade e competência para controlar a violência em seus estados", disparou o deputado.
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