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[caption id="attachment_254394" align="alignleft" width="300" caption="Delator afirma que pedido de pagamento de propina foi feito pelo ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini"]
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[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Executivos da Andrade Gutierrez disseram, em acordo de delação premiada, que em 2008 o PT - na figura do então presidente do partido, Ricardo Berzoini - pediu o pagamento de propina de 1% de todos os contratos celebrados entre a empresa e o governo federal. De acordo com o depoimento de Flávio Gomes Machado Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, os repasses de valores não se restringiram aos contratos com a Petrobras e também incluíram projetos da Eletronuclear e obras na Venezuela financiadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
Segundo Machado, o pedido de pagamento de propina foi feito por Berzoini em 2008, durante uma reunião na sede da Andrade Gutierrez, em São Paulo. O delator afirma que então tesoureiro do partido, Paulo Ferreira, e seu sucessor João Vaccari Neto também participaram do encontro, além do próprio presidente da empresa na época, Otávio Marques de Azevedo.
"Nessa reunião, Berzoini fez essa colocação, que gostaria que todo e qualquer contrato da Andrade Gutierrez junto ao governo federal tivesse o pagamento de vantagens indevidas no valor de 1%", disse o delator. "Entendemos como sendo uma pressão. Não foi uma solicitação, que você pode aceitar ou não. A gente achou como uma imposição", acrescentou.
De acordo com Machado, o pagamento era realizado por meio de doações oficiais ao partido. "No caso específico, da Venezuela, do BNDES, e da Eletronuclear, foram feitos pagamentos através de doações oficiais. E, no caso específico da Eletronuclear, foi pago não o solicitado 1%, que segundo o diretor da área específica não teria como fazê-lo. Isso foi feito com 0,5%", afirmou o ex-diretor.
Além de Machado, Elton Negrão e Pedro Campelo também fecharam um acordo de delação premiada e foram ouvidos nesta segunda-feira (25) pelo juiz
Sergio Moro. Em um depoimento anterior os executivos ficaram em silêncio.
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