[caption id="attachment_116374" align="alignleft" width="286" caption="Gilberto Carvalho anunciou que vai processar Tuma Júnior por calúnia"]
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[fotografo]Antonio Cruz/ABr[/fotografo][/caption]A oposição quer ouvir, no Congresso, o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior sobre as acusações que faz contra petistas em seu recém-lançado livro
Assassinato de reputações - um crime de Estado. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), defende a instalação de uma CPI para apurar as denúncias feitas por Tuma Júnior de que integrantes do governo mantinham uma "fábrica de dossiês" contra adversários políticos durante sua passagem pelo Ministério da Justiça.
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O PSDB na Câmara anunciou que vai apresentar requerimento para que o ex-secretário seja ouvido pela Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado. No Senado, os tucanos se movimentam para chamá-lo à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e o deputado
Alexandre Leite (SP) apresentaram hoje (9/12) requerimentos de convocação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
"As denúncias apresentadas por Tuma Júnior, se confirmadas, têm um caráter explosivo que pode superar até o mensalão. O uso do aparelho do estado para perseguir e investigar ilegalmente adversário políticos é uma prática inescrupulosa típica de ditaduras. Não podemos admitir isso e pretendemos trazer Tuma até a Câmara para ouvir todo o seu relato", defendeu Rubens Bueno.
"O ex-secretário Tuma Júnior, que fez parte do alto escalão do governo Lula por três anos, confirmou tudo aquilo que sempre denunciamos: a fábrica de dossiês petista, o até hoje obscuro assassinato político do prefeito Celso Daniel e a existência de uma conta no exterior para onde foram enviados os recursos do Mensalão, entre outras afirmações graves ", disse o líder do PSDB na Câmara,
Carlos Sampaio (SP).
Processo
Em nota divulgada ontem (8), o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, informou que vai processar o ex-secretário nacional de Justiça do governo Lula por calúnia. "Repudio as acusações absolutamente falsas do senhor Romeu Tuma Júnior. Vou processá-lo imediatamente, para que ele responda na Justiça pelas calúnias que fez contra mim", anunciou.
Em entrevista à revista
Veja, Tuma Júnior disse ter ouvido de Gilberto Carvalho que o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) estava associado a um esquema de corrupção na prefeitura que abastecia campanhas do partido. O ex-secretário sustenta, ainda, que encontrou uma conta nas Ilhas Cayman que teria recebido dinheiro do mensalão.
Filho do ex-senador Romeu Tuma, Tuma Júnior foi secretário nacional de Justiça entre 2007 e 2010. Deixou o governo Lula após a revelação de gravações telefônicas da Polícia Federal que apontavam ligações entre ele e o chinês Li Kwok Kwen, apontado como um dos chefes da máfia chinesa, preso acusado de contrabando. Segundo Tuma Júnior, foi a "descoberta do dossiê", e não a denúncia de que tinha vínculos com o contrabandista, o motivo de sua saída do governo.
Delegado de polícia aposentado, ele disse ainda que o ex-presidente Lula foi "informante da ditadura". "Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir na sala do meu pai. Presenciei tudo", diz o delegado.
No livro, o ex-secretário diz, ainda, que o Ministério da Justiça, na gestão do hoje governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), produziu dossiê contra adversários políticos, como o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
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