Revista expõe na mesma capa denúncias sobre dois caciques petistas e dois tucanos. E Janot como pano de fundo
[caption id="attachment_258688" align="alignleft" width="300" caption="Revista expõe na mesma capa denúncias sobre dois caciques petistas e dois tucanos. E Janot como pano de fundo"]
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[fotografo]Reprodução[/fotografo][/caption]A exemplo do que fez na semana passada, a revista
Veja veiculou em suas redes sociais uma reportagem de capa com menções à delação premiada, ainda sob negociação, do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro sobre o esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras. Naquela edição, a publicação mencionou a
referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli - magistrado que, graças ao posto que ocupa, investiga políticos com foro privilegiado suspeitos de envolvimento justamente na trama descoberta pela
Operação Lava Jato. No transcorrer da semana, dada a repercussão da matéria, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou a
suspensão do acordo de colaboração judicial do empreiteiro. A revista então volta à carga e, na reportagem intitulada "A delação que Janot jogou no lixo", envolve na mesma denúncia a presidente afastada Dilma Rousseff e o seu antecessor na Presidência da República, além de dois caciques tucanos - o senador
Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro das Relações Exteriores, José Serra.
A revista diz ter conseguido acesso a sete anexos do acordo de delação de Léo Pinheiro "que o procurador-geral mandou queimar", e repete a estratégia de, por meio de vídeo-animação de cerca de seis segundos, exibir apenas a imagem da capa em suas redes sociais. Novamente, o conteúdo da reportagem ainda não foi disponibilizado na internet. No entanto, o material sugere o tipo de material que neste fim de semana estará na versão impressa, que costuma ser parcialmente reproduzido na versão
online da revista.
Com uma foto sombreada de Janot ao fundo, frases sobrepostas à imagem mencionam uma "conta clandestina que abastecia Lula" e repetem a acusação sobre o caixa dois da campanha presidencial petista. A página é completada com referências aos dois membros da cúpula tucana - "a comissão de 3% do operador de Aécio" e o pagamento de propina, "em espécie", da gestão José Serra como governador de São Paulo.
Gestão Aécio
Como
este site mostrou em 6 de junho, Léo Pinheiro havia se comprometido a relatar, com base em documentos, que pagou suborno a auxiliares do então governador de Minas Gerais,
Aécio Neves, durante a construção da Cidade Administrativa. De acordo com matéria publicada pelo jornal
Folha de S.Paulo, trata-se da mais cara obra do tucano nos oito anos em que permaneceu à frente do Estado - entre 2003 e 2010.
O relato do empreiteiro sobre o centro administrativo, um complexo inaugurado em 2010 para abrigar 20 mil funcionários públicos, faz parte do acordo de delação premiada em negociação, por solicitação da defesa de Léo Pinheiro, com procuradores da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba e Brasília. Mesmo ainda não assinado, o depoimento é considerado essencial para a investigação e, para os observadores da cena política, é questão de tempo até que seja definitivamente oficializado, mesmo depois da suspensão determinada por Janot.
"Brahma"
O ex-presidente Lula, com quem Léo Pinheiro tinha proximidade, é outro nome implicado nas movimentações do empreiteiro - nesse caso, sem relação com a delação premiada a que
Vejafaz menção. Na
reportagem também replicada pelo
Congresso em Foco, esta em 3 de julho, lê-se que uma mensagem encontrada pela Polícia Federal no celular de Léo Pinheiro diz que o petista, então como chefe de Estado, atuou para que a empresa conquistasse na África o direito de executar uma obra de cerca de R$ 1 bilhão. No texto, registra-se que a OAS obteve a execução de um empreendimento na Guiné Equatorial "com a ajuda do Brahma" - codinome com que, segundo interpretação da PF a partir de informações da Lava Jato, Pinheiro se referia ao petista.
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