Barragem do Descoberto jamais esteve com nível tão baixo, apontam especialistas
[caption id="attachment_262420" align="alignleft" width="300" caption="Barragem do Descoberto jamais esteve com nível tão baixo, apontam especialistas"]

[fotografo]Tony Winston/Agência Brasília[/fotografo][/caption]A partir desta segunda-feira (24), a Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) está autorizada a cobrar a tarifa de contingência, que aumenta em até 20% a conta de água para quem gastar mais de 10 mil litros por mês. Segundo a Agência Reguladora de Águas (Adasa), o objetivo é incentivar o uso racional da água.
Na última quinta-feira (20), pela primeira vez, a Barragem do Descoberto, que abastece 70% da população da capita, atingiu 25% de volume. Acarretado pela escassez de chuvas e também pelo aumento no consumo. Segundo a Caesb, 60% dos imóveis residenciais serão atingidos pelo tarifa de contingência, porque consomem mais de 10 mil litros de água por mês.
A tarifa é adotada até que o nível dos reservatório suba e deve durar, pelo menos, até novembro, caso não aumente a quantidade de chuvas - os índices pluviométricos não atingiram a quantidade desejada em outubro. A previsão da Adasa é que a tarifa de contingência gere uma economia mensal de 15%, ou seja, 2,4 bilhões de litros.
Economia
Na prática, o consumidor que ultrapassar o consumo mensal de 10 metros cúbicos (10 mil litros) estará sujeito à taxa. Quem utilizar abaixo disso (o que representa 45% dos imóveis do DF) ficará automaticamente isento de pagar o valor sobressalente. Prestadores de serviços de caráter essencial, como os ligados a hospitais, hemocentros, centros de diálise, prontos-socorros, casas de saúde e estabelecimentos de internação coletiva - a exemplo de presídios - ficam isentos. Os efeitos da resolução vão durar até os reservatórios atingirem estabilidade.
Essa é mais uma tentativa do governo do DF de minimizar os efeitos da escassez hídrica. Em 21 de setembro, o governador Rodrigo Rollemberg assinou o Decreto nº 37.644, de 2016, determinando
redução de 10% no consumo de água nos órgãos que compõe a administração pública. No mesmo dia, a Adasa anunciou a interrupção temporária no fornecimento em seis regiões administrativas: Brazlândia, São Sebastião, Sobradinho, Sobradinho II, Planaltina e Jardim Botânico.
Crise hídrica
O risco de racionamento de água em Brasília, que foi
antecipado pela
Revista Congresso em Foco, tornou-se realidade nas últimas semanas. Desde então, diariamente, algumas regiões do DF têm o fornecimento cortado para o restabelecimento do nível em reservatórios. O baixo nível de captações, o aumento do consumo de água e a escassez de chuva são os
principais motivos.
O nível dos principais reservatórios de água do Distrito Federal (Descoberto e Santa Maria) chegou ao
menor percentual desde 1987, ano em que começou a ser medido. As bacias são responsáveis pelo abastecimento de 85% da população do Planalto Central.
Mais sobre Distrito Federal
Mais sobre meio ambiente