Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
06/10/2017 | Atualizado às 20h00
<< Democracia, reforma e revolução sobre os rumos da naçãoO golpe que empossou Temer abriu as portas para a defesa de agendas e reformas ultraconservadoras, que restringem os gastos do estado em várias dimensões apenas para manter perenes e contínuos os ganhos de uma ditadura financeira sem pés no chão da economia real, da produção, do trabalho, da arrecadação de tributos e da expansão formal da renda dos assalariados. Por isso, os que pedem a volta dos militares são covardes, omissos, incapazes de agir por conta própria, de ler e entender a realidade. Transferem sua capacidade de intervenção na sociedade para terceiros, no afã de vê-los superar problemas que eles próprios deveriam enfrentar, debater e resolver por caminhos democráticos. Certamente, há entre essa gente aqueles que, como em 1964, sentindo ameaçadas suas benesses e seu patrimônio, lançaram à sociedade o fantasma do comunismo para apoiar o golpe militar e depois ter na ditadura sua arma de governo e de acumulação de riquezas, enquanto calavam-se milhares de brasileiros, pela força, torturas e mortes. A história provou que o Brasil não seria uma nação comunista com as reformas de base. João Goulart, um grande dono de terras, e Celso Furtado, um intelectual estudioso do país, queriam, por exemplo, industrializar, com empregos formais, renda e mais consumo, o Brasil atrasado do Nordeste. Queriam mais propriedade privada no campo, mais produtores e mais mercadorias, com a reforma agrária. Paulo Freire lançara-se numa ação pela alfabetização em todo o país, construindo com os excluídos as condições para avançarem, com a leitura da palavra e do mundo. Óbvio que, desde 1500, ler o mundo pelos de baixo nunca interessou à colônia, aos donos do império e da república. Por isso o medo do "comunismo" de Jango, Furtado e Paulo Freire. A fala do General Mourão foi uma senha, para ver até quando, com quantos, se forjam as bases para um novo golpe, que jamais será progressista, em cima do golpe de 2016, cujos autores são, também, conservadores, corruptos e incapazes de fazer políticas tributárias e fiscais progressivas e emancipatórias, como foram aqueles que derrubaram a partir de maio do ano passado. [caption id="attachment_311319" align="aligncenter" width="591" caption=""Os que pedem a volta dos militares são covardes, omissos, incapazes de agir por conta própria, de ler e entender a realidade""]
<< Do mesmo autor: Temer e o ataque criminoso aos servidores e ao serviço público << Outros artigos de Paulo Rubem Santiago
Tags
CONTAS DO GOVERNO