[caption id="attachment_131731" align="alignleft" width="290" caption="Para vice-procurador-geral eleitoral, cartórios não podem ser culpados pelas assinaturas"]

[fotografo]Nelson Jr./ASICS/TSE[/fotografo][/caption]O vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, posicionou-se contra a criação do Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva, em parecer enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (1º). Para o chefe do Ministério Público Eleitoral (MPE), a legenda não conseguiu atingir o número mínimo de assinaturas para comprovar o caráter nacional exigido pela legislação. São necessários pelo menos 491 mil apoios. Para conseguir concorrer às
eleições de 2014, a agremiação precisa ser aprovada pelo TSE até o fim da semana.
Veja a íntegra do parecer
De acordo com o parecer de Aragão, a Rede conseguiu comprovar o apoiamento de 442.524 eleitores. A maior parte deles - 339.817 - vieram direto dos cartórios eleitorais. Já os 102.707 restantes tiveram as certidões expedidas pelos tribunais regionais eleitorais. O partido tinha enviado ao TSE uma lista de 645.508 apoiadores. No entanto, o número não foi aceito pela corte eleitoral pela falta de comprovação pelos cartórios.
"No caso em apreço, contudo, constata-se que o ora requerente não obteve o nu´mero mi´nimo necessa´rio de apoiamentos - 491.949 (quatrocentos e noventa e um mil, novecentos e quarenta e nove) assinaturas, que correspondem a 0,5% (meio por cento) sobre o total de votos dados na eleição geral para a Ca^mara dos Deputados (fl. 17.436), nos termos do art. 7o, § 1o, da Resolução/TSE no 23.282/2010", escreveu Aragão.
No parecer, o vice-procurador lembrou que a Rede vem cobrando a validação de 98 mil assinaturas rejeitadas pelos cartórios eleitorais. No entanto, ele entendeu que os órgãos não podem ser cobrados pelo processo e nem prestar contas sobre a anulação de cada um dos apoiamentos. "Provar a autenticidade das assinaturas e´ o^nus do partido e não dos carto´rios", disse. Ontem, a relatora do processo do novo partido, ministra Laurita Vaz, deu
24 horas para o MPE se manifestar no caso.
Fraude e lisura
Aragão, porém, registrou "certo pesar" pela Rede não ter conseguido o número mínimo de assinaturas. "O presente registro de partido poli´tico, ao contra´rio de outros recentemente apresentados a essa Corte, não conte´m qualquer indi´cio de fraude, tendo sido um procedimento, pelo que se constata dos autos, marcado pela lisura", opinou.
Ele lembrou, porém, que a criação de uma legenda não se destina unicamente à participação eleitoral. "Na verdade, um partido e´ uma instituição permanente na vida poli´tica da nação, vocacionada a representar corrente expressiva de cosmovisão e opinião na sociedade e, como tal, deve participar da histo´ria de um pai´s, do engrandecimento de sua democracia, entre no´s tão arduamente conquistada. Criar o partido com vistas, apenas, a determinado escruti´nio e´ atitude que o amesquinha, o diminui aos olhos dos eleitores", finalizou.
MPE deve se manifestar sobre Rede até amanhã
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