[caption id="attachment_48917" align="alignleft" width="200" caption="Articulação de Simon levará senadores à tribuna na segunda-feira (15) em defesa da "faxina" ética de Dilma Rousseff _ José Cruz/Senado"]

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Aos poucos, começa a se formar uma corrente de apoio à presidenta Dilma Rousseff no Congresso. Ela vem de senadores que ficaram à margem dos entendimentos que levaram seus partidos a compor a base de sustentação do governo. Não estão no grupo os principais líderes dos partidos aliados, incomodados com as seguidas denúncias de corrupção e com a disposição de Dilma de reagir a elas afastando dos cargos aqueles que são apontados como responsáveis.
Diante da informação, divulgada pelo Congresso em Foco, de que a cúpula do PMDB reuniu-se para arquitetar "um susto" em Dilma, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dissidente no partido, iniciou as articulações para que, na segunda-feira (15), um outro grupo de políticos reveze-se na tribuna em apoio à presidenta, numa demonstração de que ela não está isolada.
"Eu vou dizer de cara: eu gosto da presidenta", disse Simon, em discurso no plenário na quinta-feira (11). "Porque ela está fazendo o que o Lula não fez, o que o Fernando Henrique não fez. Ela está tendo coragem de agir contra a corrupção, o que eles não fizeram", fuzilou Simon. Para Simon, o problema de Dilma é que a composição do Ministério e a divisão do poder antes do início do governo foram feitas tomando por base referências meramente políticas. Daí, a reação dos partidos. Nesse sentido, Simon até recomenda: "Vá com calma, presidenta. Não tente mudar tudo da noite pro dia. Mas não recue".
Diante das reações que já aconteceram - que têm levado inclusive os deputados da base a um processo que batizaram de "obstrução branca" (não votam nada para demonstrar sua insatisfação) -, Simon quer contrapor com manifestações de apoio às demissões feitas por Dilma de pessoas ligadas com denúncias de corrupção. "Ela está numa linha correta, agindo contra a corrupção, e setores do Congesso tentam boicotar", comentou.
Já estão inscritos para ocupar a tribuna segunda-feira, além de Simon, os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Ana Amélia Lemos (PP-RS),
Paulo Paim (PT-RS), Marcello Crivela (PRB-RJ), Pedro Taques (PDT-MT),
Wilson Santiago (PMDB-PB), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e
Eduardo Braga (PMDB-AM). Simon tenta ainda as adesões de Luiz Henrique (PMDB-SC), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Roberto Requião (PMDB-PR).
Respaldo político
"É preciso dar respaldo político, sustentação, a essa ações da presidenta Dilma de moralização do serviço público", concorda Ana Amélia Lemos. Apesar de pertencer a um partido da base, Ana Amélia, apoiou, no Rio Grande do Sul, a candidatura de José Serra, do PSDB, nas eleições do ano passado. "Lamentavelmente, Dilma tem uma maioria, mas é uma maioria desorganizada, que cria mais dificuldades ainda", comenta ela.
"Nós, senadores, temos que resistir. E apoiar a presidenta Dilma no que ela vem fazendo", emenda o senador Pedro Taques (PDT-MT). "Faço parte da chamada coalizão que sustenta a presidenta. Mas coalização não é sinônimo de submissão. Nem de omissão. Eu votei várias vezes contra projetos vindos do Poder Executivo. Mas o que a presidenta está fazendo, nós temos que apoiar. Não interessa o partido político. Não interessa."