Cerco fechando: ferramenta cobra presença de deputados na sessão que pode cassar peemedebista
[caption id="attachment_260788" align="alignright" width="300" caption="Cerco fechando: ferramenta cobra presença de deputados na sessão que pode cassar peemedebista"]

[fotografo]Gustavo Lima/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Mais
de 100 deputados já confirmaram ao
Congresso em Foco que estarão presentes na sessão da próxima segunda-feira (12), quando está prevista a votação da cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Embora seja a maior bancada da Casa, com 66 deputados no exercício do mandato, apenas nove peemedebistas assumiram o compromisso de participar da reunião. Aliado de Cunha, Manoel Junior (PMDB-PB) foi o único, até agora, a confirmar que faltará à sessão. Os dados são da parcial divulgada às 21h desta terça-feira (6). Desde ontem à tarde até esse horário,
125 parlamentares responderam à
consulta feita pelo Congresso em Foco com a seguinte pergunta:
"Senhor(a) Deputado(a),
O Congresso em Foco pode confirmar o seu comparecimento na sessão deliberativa da Câmara dos Deputados marcada para as 12 horas do próximo dia 12 de setembro, na qual será julgado o processo de cassação do deputado Eduardo Cunha?"
Em poucos segundos, o deputado responde se confirma ou não sua presença na sessão do dia 12. Todos os gabinetes serão procurados também por telefone. O leitor pode
acompanhar aqui a resposta de cada parlamentar.
Entre os 125 que se comprometeram a comparecer, 31 são do PT e 13 do PSDB. Depois do PMDB, aparece o PSB com oito confirmações. Todos os seis integrantes do Psol já informaram que estarão presentes na sessão de segunda. É a única bancada a que assegurou a presença de todos os seus membros.
A lista dos que já confirmaram reúne representantes de 21 partidos, do Distrito Federal e outros 21 estados.
Veja quem confirmou presença e quem já disse que faltará (até as 21h de 06/09/2016):
Esvaziamento
Aliados de Eduardo Cunha apostam em duas estratégias para evitar a cassação do colega: esvaziar a sessão do dia 12 ou, caso isso não seja possível,
trocar a pena de perda de mandato pela suspensão temporária, de 90 dias ou até seis meses. Parte dos peemedebistas analisa a alternativa de faltar à Câmara para tentar derrubar a sessão por falta de quórum e forçar o adiamento da votação para depois das eleições. Para cassar o mandato de Cunha, acusado de omitir a existência de contas no exterior em depoimento à CPI da Petrobras, são necessários 257 votos entre os 513 deputados.
Com seis deputados, o Psol foi a primeira bancada a confirmar integralmente presença na sessão da próxima segunda-feira (12), quando está prevista a votação do processo de cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os parlamentares responderam à consulta feita pelo
Congresso em Foco, em ferramenta lançada ontem para pressionar os deputados a não faltar ao julgamento do peemedebista, acusado de ter mentido sobre a existência de contas no exterior em depoimento à CPI da Petrobras.
A recomendação da perda do mandato de Eduardo Cunha
foi aprovada pelo Conselho de Ética, por 11 votos a 9, em 14 de junho. A decisão ocorreu 245 dias após a representação da Rede e do Psol ter sido entregue ao colegiado. Nesse período, aliados de Cunha promoveram uma série de manobras protelatórias, que incluíram a troca de relatoria e diversos recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O processo envolve apenas uma das
acusações existentes contra Eduardo Cunha: a possível quebra do decoro parlamentar por ter negado possuir contas no exterior, em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. Ao recomendar a cassação no Conselho de Ética, o relator,
Marcos Rogério (PSD-RO), destacou as provas enviadas pelo Ministério Público da Suíça. Elas mostram que Cunha abriu contas secretas naquele país, em nome de familiares e de empresas, mas sempre mantendo controle sobre elas. Segundo
Marcos Rogério, trustes e
offshores foram usados pelo deputado para ocultar patrimônio mantido fora do país e receber propina de contratos públicos (
veja a íntegra do relatório).
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