[caption id="attachment_245087" align="alignright" width="285" caption="Romero Jucá volta ao Senado a partir desta terça-feira (24)"]

[fotografo]Gabriel Pontes/Congresso em Foco[/fotografo][/caption]O ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciou nesta segunda-feira (23) que vai se afastar do cargo e voltar ao Senado até que o Ministério Público Federal se manifeste a respeito das
gravações em que ele defende a troca do governo e a construção de um "pacto" para "estancar a sangria" da Operação Lava Jato. O peemedebista não quis pedir demissão, apesar da pressão de aliados do presidente interino Michel Temer, e optou por uma "licença" do cargo. Segundo ele, cabe aos procuradores avaliar se ele cometeu crime ou não.
Jucá justificou que conversou com Sérgio Machado não como ministro, mas como senador. "Não há na conversa nenhum posicionamento diferente do que tive em entrevistas e em questões públicas", explicou o senador. "Vou pedir licença do cargo a partir de hoje a noite, quando vou pedir ao Ministério Público Federal que se manifeste e diga se há ou não irregularidade na minha conversa com o ex-senador Sérgio [Machado]", afirmou.
Enquanto estiver afastado do cargo, Jucá assume suas funções no Senado, onde disse que vai trabalhar pela rápida aprovação da nova meta fiscal do Executivo. Com o afastamento dele, o Ministério do Planejamento será comandado pelo secretário-executivo Dyogo Henrique de Oliveira. Jucá afirmou também que seguirá na presidência do PMDB nacional.
O peemedebista esteve no Senado juntamente com o presidente interino Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o secretário de governo, Geddel Vieira Lima, e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Eles foram entregar ao presidente do Senado o projeto de alteração da meta fiscal do governo neste ano.
Romero Jucá anunciou ainda que negociou com o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e que a proposta deve ser votada nesta terça-feira (24) às 11h. "Vou acompanhar a votação da comissão [Mista de Orçamento] hoje [segunda, 23] e amanhã reassumo o Senado para fazer o enfrentamento até que o MPF se manifeste sobre as condições da minha fala com Sérgio Machado", disse.
Temer e sua equipe foram recebidos aos gritos de "golpistas" no Senado Federal. O protesto foi liderado pelos deputados petistas Moema Gramacho (BA) Paulo Pimenta (BA) e Élder Salomão (ES), que levaram placas com os dizeres "Delcídio = Jucá, prisão e Conselho de Ética já!".
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