Brasília: pouca gente do lado pró-Dilma, e praticamente ninguém do lado pró-impeachment
[caption id="attachment_259054" align="alignleft" width="300" caption="Brasília: pouca gente do lado pró-Dilma, e praticamente ninguém do lado pró-impeachment"]
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[fotografo]Luma Poletti/Congresso em Foco[/fotografo][/caption]Apesar grande número de agentes da Polícia Militar do Distrito Federal e do alambrado que separa ao meio a Esplanada dos Ministérios ter sido reerguido, as manifestações pró e contra o impeachment desta segunda-feira (29) sequer chegam perto dos atos já realizados em Brasília, assim como este site
adiantou, em termos numéricos Do lado contra o impeachment, durante o depoimento da presidente afastada, a Polícia Militar contabilizou 350 manifestantes, enquanto os organizadores estimaram duas mil pessoas. Na ala direita da Esplanada, reservada ao grupo pró-impeachment, praticamente ninguém compareceu.
Durante a manhã, manifestantes contrários ao impeachment acompanhavam o discurso de Dilma por celulares, alguns ligados a caixas de som. À tarde, um trio elétrio passou a transmitir o áudio da sessão. Aos 54 anos, a professora Zulma Gomes Fonseca Raposo veio com um grupo do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais para acompanhar a defesa da presidente afastada.
"Estou aqui pelo fato de Dilma representar as mulheres brasileiras. O que está causando essa bagunça toda é justamente esse vontade de impedir que a mulher chegue ao poder. É por isso que estou aqui, pelo machismo", explica Zulma.
Se de um lado havia um grupo pequeno de manifestantes, do outro o cenário era ainda pior: a via interditada na Esplanada estava vazia. Enrolada em uma bandeira do Brasil, dona de casa Marília Cassol, 47, é de Santa Maria (RS) e estava entre os únicos presentes no lado pró-impeachment. "Nossa manifestação aqui está pequena porque as pessoas vão vir depois da votação. Para a festa, para a comemoração", prevê Marília.
"Acho que eles estão dando o último suspiro", disse, em referência aos manifestantes do outro lado do muro.
Segundo a ativista do Nas Ruas, Kelly Bolsonaro, a previsão é de que a mobilização em favor do impeachment comece no final da tarde, por volta das 17h, quando um carro de som e um telão estarão montados no local. A organização não estimou uma expectativa de público, e justifica a ausência de mobilização durante o dia. "Está vazio porque as pessoas trabalham. No final do dia devem vir mais pessoas para cá", avalia.
[caption id="attachment_259057" align="alignright" width="300" caption="Enrolada na bandeira do Brasil, Marília Cassol espera manifestantes para "comemorar" a saída de Dilma"]
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[fotografo]Luma Poletti/Congresso em Foco[/fotografo][/caption]Kelly acredita que as manifestações esfriaram em função do afastamento de Dilma. "As pessoas acabaram ficando satisfeitas com tudo isso, aí deram realmente uma esfriada, mas acredito que agora, com tudo isso que está passando na mídia, o pessoal vai começar a ir para a rua e talvez acompanhem aqui da Esplanada, senão eu acredito que vão acompanhar de suas casas mesmo", afirmou.
A estrutura de carro de som e telão será mantida para amanhã (30), quando está prevista a realização da votação final do julgamento - que poderá se estender até quarta-feira (31). "Se a votação for atravessar a noite a gente vai continuar aqui e acompanhar daqui a festa. Amanhã vai ter champagne, vai ter coxinha à vontade para todo mundo", garante a ativista.
Manifestações contra o impeachment encabeçados principalmente por movimentos como o dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) acontecem também em pelo menos mais seis cidades. Em Moreno (PE), Fortaleza (CE), Campina Grande (PB) e Salvador (BA) os manifestantes já estão nas ruas. Estão previstos, ainda, atos pró e contra o impeachment em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e outras capitais por volta das 17h.
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