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Congresso em Foco
18/4/2018 | Atualizado 21/4/2018 às 10:48
Factoide? Gleisi, Humberto Costa e Ana Amélia protagonizam bate-boca em plenário
<< As imagens do último encontro de Lula com a militância petista antes de ser preso << Gleisi confirma transferência da direção do PT para Curitiba, onde Lula está preso e Moro julga Lava JatoPouco antes do encerramento da sessão, quando o plenário já estava quase vazio, a questão levantada por Medeiros foi ironizada na tribuna. "A Gleisi não incitou nada. Eu acho que há aí ignorância ou má-fé. Estão confundindo Al Jazeera com Al-Qaeda. Pode ter certeza", comentou a senadora Regina Souza (PT-PI), depois de serenados os ânimos, mencionando a organização fundamentalista islâmica. Ela falou rapidamente sobre o encontro que teve com o Lula, ontem (terça, 17), na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril. "Encontramos um Lula sereno, mas indignado. A gente sabe em que circunstâncias ele foi condenado. Sem provas", lamentou Regina. Veja o que disse Gleisi Hoffmann: "Hostilidade" e "xenofobia" No começo dos debates, a senadora Ana Amélia (PP-RS), uma das principais críticas do PT no Senado, fez fortes críticas sobre a mensagem Gleisi. Em discurso feito na tribuna no início da tarde (vídeo abaixo), a senadora gaúcha chegou a cogitar desrespeito à Lei de Segurança Nacional, uma vez que a presidente do PT denunciou instituições brasileiras. E, ao falar, Ana deu início a uma forte troca de acusações em plenário. "Só espero que, dada a gravidade do conteúdo dessa exortação publicada pela TV Al Jazeera, essa convocação ao apoio dos países do mundo árabe não tenha sido também um pedido para que o exército islâmico venha ao Brasil atuar aqui e que aqui não estejamos tratando de uma possível incursão na Lei de Segurança Nacional", disse a senadora do PP, reclamando da "hostilidade" de Gleisi. Nesse ponto da sessão, um rápido bate-boca entre senadores tomou conta do plenário. Gleisi pedia a palavra para rebater Ana Amélia, com base no artigo 14, que garante defesa a quem é citado com fala ofensiva. Mas o senador João Alberto Souza (MDB-MA), que presidia os trabalhos em plenário na ocasião, negou a intervenção oral alegando que o nome da petista não havia sido citado, embora não houvesse dúvida quanto à destinatária da fala de Ana Amélia. "Só há uma presidenta do PT, e só há uma presidenta que deu entrevista à Al Jazeera", reclamou Gleisi. Depois de alguns protestos em plenário, João Alberto concedeu a palavra à senadora Ângela Portela (PDT-RR), que mudou de assunto e o alvo de críticas passou a ser "o teto de gastos que foi proposto e implantado pelo governo ilegítimo de Michel Temer". Gleisi esperou a vez de falar e, quando pôde discursar, devolveu os ataques a Ana Amélia. "Penso que o incômodo com essa entrevista com aquela senadora do Rio Grande do Sul, que veio aqui à tribuna para falar a esse respeito, não foi com o conteúdo da minha fala, mas foi com o veículo de comunicação em que ela se deu. Só posso reputar isso à ignorância, ao preconceito, à xenofobia contra o povo árabe. Aliás, mais do que isso, chega a ser má-fé, desvio de caráter o que essa senadora - aquela mesma que incentivou a violência contra a caravana do presidente Lula, mandando erguer o relho contra nós todos - em relação ao que está fazendo nas redes sociais", fustigou a petista. Veja trecho do discurso de Ana Amélia: Foi a vez de Ana Amélia tentar rebater as acusações, mas João Alberto também teve de interromper sua fala graças à interferência do líder da Minoria no Senado, Humberto Costa (PE), em nome da isonomia, e diante de protestos da própria Gleisi. Mas, antes que a fala lhe fosse negada, os microfones captaram a provocação da gaúcha a Gleisi, ré na Operação Lava Jato. "Não tenho desvio de conduta e não estou na Operação Lava Jato", disse Ana Amélia, prontamente rebatida por Gleisi. "Não vou permitir isso! Eu ouvi essa senhora falar...", protestou a senadora petista, também impedida de seguir adiante. Já no fim da sessão plenária, em que senadores também aprovaram matéria referente a atribuições do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), coube ao senador Magno Malta (PR-ES) relatar o que havia falado com a própria Gleisi a respeito da polêmica. Também crítico feroz do PT, Magno acabou por revelar que não se trata de uma entrevista exclusiva à TV Al Jazeera. "Até porque a senadora Gleisi me disse que a entrevista que ela deu para a Al Jazeera foi dada para as outras televisões do mundo que estavam lá para cobrir. O meu medo pessoal é que eles [fundamentalistas] entendam que estão pedindo auxílio para uma reação. Esse é medo pessoal, meu", declarou o senador. Pedido de cassação e fake news A entrevista de Gleisi também foi alvo de protestos e defesas no plenário da Câmara, onde o governo novamente não conseguiu ver aprovado o chamado "cadastro positivo". Mas teve quem foi além dos discursos e pediu providências formais contra a senadora. Aliado do pré-candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro (RJ), o deputado Major Olímpio (PSL-SP) bradou contra Gleisi em plenário e a acusou de infração à Lei de Segurança Nacional, legislação que entrou em vigência nos estertores da ditadura militar, em 1983. Policial militar aposentado, Olímpio diz ver motivos para cassar o mandato de Gleisi e protocolou representação contra ela no Conselho de Ética do Senado, na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "A senadora do PT agiu de forma incompatível ao decoro parlamentar ao praticar diversos crimes que atentam contra a Soberania Nacional, o Estado Democrático Direito, o Respeito aos Poderes Constituídos, principalmente o Poder Judiciário e a Ordem Política e Social do País, de forma a incitar, em nome do seu partido, através da maior rede de televisão do 'mundo árabe' [...] que todos os países ali alcançados se juntem a eles para lutar para que o condenado Luiz Inácio Lula da Silva esteja livre", argumentou o deputado nas representações (respectivamente, veja as íntegras aqui, aqui e aqui).
Coube a Magno, opositor do PT, ajudar Gleisi sem querer: entrevista para "outras televisões do mundo"
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