[caption id="attachment_211149" align="alignleft" width="380" caption="Apesar das pressões, Mercadante é bancado por Dilma "]

[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Em Brasília desde ontem (quinta, 17), o ex-presidente Lula se reuniu nesta sexta-feira (17) com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para discutir a reforma administrativa a ser executada pelo governo nos próximos dias. Alvo constante de aliados, principalmente do PMDB e do próprio PT, Mercadante se mantém no posto graças à presidente Dilma Rousseff, que resiste em substituí-lo. Além disso, o fato de Lula ter procurado Mercadante na capital federal demonstra que, a despeito das pressões, o ex-senador continua no cargo.
Nas últimas semanas, peemedebistas foram considerados para uma eventual substituição de Mercadante. Entre eles a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, hipótese que não tem o apoio de Lula e de parte do próprio PMDB. Para o ex-presidente da República, o substituto ideal de Mercadante seria
Jaques Wagner, titular da Defesa e ex-deputado conhecido pela boa relação com oposicionistas.
Ontem, em reunião com Dilma, Lula pediu à presidenta que fizesse uma ampla reforma em sua equipe ministerial, como informou nesta sexta-feira (18) o jornal
O Estado de S.Paulo. Nessa conversa, o petista aconselhou a correligionária a privilegiar os ministros "fiéis" e se livrar dos "traidores", diante da iminência de um processo de impeachment no Congresso. A providência, ao passo em que salvaria Dilma da cassação, poderia servir para o êxito da nova etapa do ajuste fiscal, que depende do apoio de parlamentares para ser aprovado.
Entre os partidos que votaram majoritariamente contra medidas da primeira etapa do ajuste fiscal, mesmo à frente de ministérios, estão PDT (Trabalho), PR (Transportes) e PRB (Esporte). Para Lula, é preciso "pôr no Ministério quem ajuda o governo no Congresso", e tirar do posto titulares de pastas que não exercem influência positiva para o governo junto aos parlamentares.
Depois do encontro com Dilma, Lula participou de jantar com ministro do PT em que diagnosticou-se a crise como "gravíssima". "Nós precisamos nos unir. Mesmo quem não concorda com um ponto aqui, outro acolá, tem de apoiar nossa companheira. Mas nós também precisamos dar uma notícia boa para a população. Não dá para só falar em desemprego, recessão, imposto e corte", disse Lula, de acordo com um dos interlocutores.
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