[caption id="attachment_237539" align="alignleft" width="285" caption="Com críticas aos dois lados, Picciani segue assistindo ao processo de impeachment de cima do muro"]

[fotografo]Alex Ferreira/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), maior bancada da Câmara, segue assistindo ao processo de impeachment de cima do muro. Em seu discurso como líder na sessão que iniciou a análise da denúncia contra a presidente Dilma, Picciani fez críticas ao governo e à oposição e reafirmou seu voto contra o processo, apesar da bancada orientar a favor.
"Viemos de uma eleição dividida, disputada. Faltou a quem ganhou a compreensão de que havia vencido, mas que havia uma profunda divisão na sociedade e no país e que era preciso restabelecer as pontes e os diálogos. Faltou também aos que perderam a eleição a grandeza e a resignação de aceitar a vontade das urnas. As ambições pessoais e o inconformismo muitas vezes injustificado foram postos acima do interesse nacional, à frente do interesse da nação e isso nos levou a situação que chegamos nesse momento", disse Picciani.
"Nós, hoje, amanhã e domingo estaremos diante de um processo histórico e nossos atos serão analisados pelo presente e pelas páginas da história", afirmou o peemedebista. "Daqui a alguns anos e algumas décadas serão as futuras gerações que julgarão o nosso trabalho nesse final de semana", completou.
Na reunião de bancada do partido realizada ontem (14), a legenda decidiu que o líder vai orientar a votação pró-impeachment no plenário, mas ficará liberado para se posicionar contra o afastamento da petista. Com isso, Picciani encontrou a desculpa que precisava para se desvincular do Planalto, desembarcar do governo e aderir ao futuro governo Michel Temer. Em fevereiro, Picciani foi eleito líder com o apoio do Palácio do Planalto.
Em seu discurso, o líder também avaliou o envolvimento da população no debate político como algo positivo. "É bom ver as pessoas se apaixonarem politicamente por esse tema. Há quanto tempo isso não acontecia? O que não pode haver é excesso".
Por questões de segurança, o gramado em frente ao Congresso não poderá ser ocupado por manifestantes - decisão do governador Rodrigo Rollemberg. A Esplanada dos Ministérios continua dividida por um alambrado para evitar conflitos de grupos divergentes. A circulação de veículos pelo local também está impedida desde a meia-noite (e permanecerá assim durante o final de semana). No domingo, quando será realizada a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara, os shoppings de Brasília não irão abrir.
"Que Deus nos ilumine, que nós possamos tomar o melhor caminho para o povo brasileiro", encerrou Picciani.
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