[caption id="attachment_264411" align="aligncenter" width="640" caption="Renan e Lewandowski na sessão que cassou o mandato de Dilma mas manteve, em decisão polêmica, os direitos políticos dela"]
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[fotografo]Marcos Oliveira/Ag. Senado[/fotografo][/caption]
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ricardo Lewandowski classificou o
impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff como um "tropeço na democracia", daqueles que o país tem a cada "25, 30 anos", nas palavras dele. A declaração foi dada pelo magistrado durante aula a estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), na última segunda-feira (26). O áudio foi divulgado pelo
site da
revista Caros Amigos.
Lewandowski presidiu o julgamento que resultou na cassação de Dilma em agosto na condição de presidente do Supremo, cargo que ele passou para a ministra Cármen Lúcia este mês. "Esse impeachment, todos assistiram e devem ter a sua opinião sobre ele. Mas encerra exatamente um ciclo, daqueles aos quais eu me referia, a cada 25, 30 anos no Brasil, nós temos um tropeço na nossa democracia. Lamentável. Quem sabe vocês, jovens, conseguem mudar o rumo da história", disse o ministro aos alunos.
Confira o áudio de Lewandowski abaixo:
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O ex-presidente do Supremo também criticou a decisão do presidente Michel Temer de promover uma reforma do ensino médio por meio de medida provisória. "Reforma do Ensino Médio por medida provisória? Alguns iluminados se fecharam num gabinete e decidiram 'Vamos tirar educação física, artes'. Nem projeto de lei foi. Não se consultou a população", ressaltou.
A reportagem da
Caros Amigos acompanhou a aula do ministro na expectativa de entrevistá-lo logo em seguida. Mas o ministro declinou da entrevista, alegando que o momento era inoportuno. De acordo com a repórter Lilian Primi, nos 30 minutos finais da aula, Lewandowski falou sobre a democracia representativa desde a sua origem e citou fatos e características da política brasileira para ilustrar os conceitos que procurava ensinar.
"Explicou que em uma democracia, o cidadão elege um político baseado na proposta do partido, que pode expulsá-lo caso abandone essa proposta depois de eleito. E ressalvou, em seguida, que no caso brasileiro, onde os partidos não têm propostas, as negociações 'são feitas add doc', a cada projeto e por meio de trocas das mais variadas espécies e alianças",
conta a reportagem.
O
Congresso em Foco procurou o ministro por meio da assessoria de imprensa do STF, mas ele ainda não se manifestou sobre o assunto.
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