Malheiros: Delúbio operou caixa 2, mas "não corrompeu ninguém"
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[fotografo]Nelson Jr./STF[/fotografo][/caption]O advogado do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Arnaldo Malheiros Filho, reforçou nesta segunda-feira (6) que as defesas vão insistir na tese de que o dinheiro do
mensalão foi para pagamento de dívidas de campanha. De acordo com ele, a origem foi a formação da aliança que acabou vitoriosa nas eleições de 2002. Naquele momento, ocorreu a definição de como seria a arrecadação e consequente divisão dos recursos recebidos pelo PT. "Que ele operou o caixa 2 de campanha, ele operou. Isso ele não nega. Agora, ele não corrompeu ninguém", disse Malheiros.
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Malheiros foi o terceiro advogado a subir hoje na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje é a primeira sessão dedicada às sustentações orais das defesas. Antes dele, José Luís de Oliveira, defensor do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, afirmou que seu cliente
"não é quadrilheiro". Depois, Luís Fernando Pacheco, responsável por defender José Genoíno, disse que
ele não era responsável pelas finanças do partido.
Malheiros usou os adjetivos "pífia" e "rala" para qualificar as as provas levantadas pela Procuradoria-Geral da República. Nos aproximadamente 40 minutos em que fez sua sustentação oral, o advogado do ex-tesoureiro do PT questionou o uso, por parte da PGR, das conclusões tomadas na CPI dos Correios, em 2005. Como o
Congresso em Foco mostrou no sábado, as
defesas vão contestar provas periciais e o uso do relatório parlamentar na ação penal.
Além das perícias, os advogados pretendem usar os depoimentos prestados durante a investigação como forma de absolver os acusados. Na sexta-feira,
Gurgel pediu a condenação de 36 dos envolvidos. Na sustentação oral, Malheiros disse que, com a formação do governo, foram realizadas reuniões para formar alianças políticas com o objetivo de conseguir uma maioria parlamentar.
Por diversos momentos, ele ironizou o fato de, na denúncia, 13 deputados serem acusados de terem vendido seus votos para o governo Lula. "Como se fosse possível comprar uma maioria parlamentar com 13 deputados", disse. Assim como os defensores de Dirceu e Genoíno, ele comentou que os dias com maiores saques nos bancos Rural e BMG coincidiram com dias de votação que o governo perdeu. "Quanto mais [o governo] traído era, mais dinheiro mandava. Não havia uma relação entre uma coisa e outra", afirmou.
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