Cunha agora será julgado em plenário
[caption id="attachment_248036" align="alignleft" width="291" caption="Fábio Cleto virou vice-presidente da Caixa por indicação de Cunha"]
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[fotografo]Valter Campanato/ABr[/fotografo][/caption]Um dos delatores da Operação Lava Jato, o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto afirmou que parte da propina paga ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em troca da liberação de recursos do Fundo de Investimento do FGTS para obras superfaturadas, foi depositada numa conta bancária no Uruguai.
Segundo o jornal O Globo, Cleto descreveu pelo menos dez casos de fraudes cometidas no período em que, como vice-presidente da Caixa, participava das decisões sobre a aplicação do FI do FGTS.
De acordo com a reportagem, a delação de Cleto, que ainda precisa ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), aponta o doleiro Lúcio Bolonha Funaro como um dos operadores da propina destinada a Cunha. Os investigadores sustentam que Funaro pagou por um Land Rover Freelander e um Hyundai Tucson, que estão em nome da C3 Produções Artísticas, empresa de Cunha e da jornalista Claudia Cruz, sua esposa.
O doleiro e o deputado aparecem juntos também em investigação da Comissão de Valores Mobiliários sobre desvios de recursos do Prece, o fundo de pensão dos funcionários da Cedae (Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro). Segundo o
Globo, Cunha é acusado ainda de usar a Câmara para atender interesses de Funaro contra o Grupo Schahin, num negócio de R$ 1 bilhão.
Cunha foi responsável pela indicação de Cleto para uma das vice-presidências da Caixa. De acordo com a reportagem de Jailton de Carvalho, o delator contou que o dinheiro destinado ao deputado passou por contas em vários países, entre eles Suíça e Uruguai. Ele ainda confirmou as denúncias dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, donos da Carioca Engenharia, que confessaram o pagamento de R$ 52 milhões em propina para Cunha, em troca da liberação de recursos do FI do FGTS para financiar obras imobiliárias da OAS, da Odebrecht e da Carioca Engenharia no Porto Maravilha, no Rio.
Leia a íntegra da reportagem do Globo
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