[caption id="attachment_132675" align="alignleft" width="290" caption="Deputados e seguranças seguraram Luiz Carlos Heinze após discussão"]

[fotografo]Luis Macedo/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Os deputados Luiz Carlos Heinze (PP-RS), presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), e o líder do Psol,
Ivan Valente (SP), quase trocaram agressões físicas no plenário da Câmara nesta terça-feira (8), durante a votação da Medida Provisória 621/13, que cria o programa
Mais Médicos. Como pano de fundo, a obstrução da bancada ruralista para pressionar a presidência da Câmara sobre a instalação da comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição 215/00, que passa da União para o Congresso a prerrogativa de demarcar terras indígenas.
A briga teve início após o deputado
Alceu Moreira (PMDB-RS) criticar a recente invasão do plenário por
índios, afirmando que alguns deles, aliados a "meia dúzia de vagabundos", quebraram uma porta da Casa. O deputado paulista rebateu: "Aqui não tem vagabundo que defende direito indígena, não. Tem gente que defende os direitos humanos". Com a troca de farpas, Heinze, que comanda a bancada ruralista, partiu para cima do líder do Psol. Deputados e seguranças da Casa entraram em ação para evitar a troca de agressões físicas.
"Eu chamei ele para ir pra fora... Aqui eu não vou fazer nada. Vá pra fora, lá eu vou. Não tem problema nenhum", afirmou Heinze. "Não vou fazer o que os índios fizeram aqui dentro. Levados por eles. Essa turma botou os índios aqui dentro. Não fomos nós. Quando trazemos produtores, o pessoal respeita a Casa e a instituição", complementou o gaúcho.
Por sua vez, o líder do Psol destacou que sua atuação não é contra um deputado ruralista, mas contra a bancada que quer rever a demarcação das terras indígenas. "Eu enfrentei o DOI-Codi no final da década de 70. Não é um ruralista que vai me intimidar". Questionado se iria tomar alguma providência no Conselho de Ética,
Ivan Valente destacou que tudo ficará como está. "Eu poderia ter dado um soco nele porque havia um espaço, mas não fiz. A questão é meramente política", brincou.
Obstrução
Os ruralistas cobram a votação de uma comissão especial para discutir a proposta de emenda à Constituição da demarcação de terras indígenas e estão obstruindo as votações como forma de pressionar o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). "Temos de resolver um problema sério. E os outros não querem discutir, entraram no Supremo Tribunal Federal.Imagina não poder discutir uma matéria aqui dentro? Se a lei for inconstitucional, depois discute no Supremo... É um direito que nós temos de discutir uma matéria. Vamos fazer o que nós podemos fazer", desabafou o ruralista.
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