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Congresso em Foco
27/03/2018 | Atualizado às 18h44
<< Do mesmo autor: Lições da crise hídrica em BrasíliaMeu último artigo nesse espaço trouxe exemplos de brasilienses que deram uma lição de cidadania e sustentabilidade durante a crise hídrica do ano passado no DF. A esteticista Nayara dos Santos, o bioarquiteto Sérgio Pamplona e o professor Daniel Santanna perceberam que não podiam ficar apenas reclamando da falta d'água e criticando o governo. Eles resolveram pensar no que eles próprios poderiam fazer, a partir de sua própria realidade, para não desperdiçar, para reutilizar a água de diferentes maneiras, aproveitar a água da chuva e pensar em políticas públicas que estimulassem essas práticas em larga escala. Imagina se eles tivessem se conhecido antes e pudessem trabalhar em conjunto? Assim como Brasil, Bolívia e Paraguai, no caso do Pantanal, Nayara, Sérgio e Daniel tinham objetivos comuns: economizar água, contribuir com a minimização dos efeitos da crise e evitar seu agravamento. Quando perfis assim se juntam, ou nações que tenham gestores com esse perfil, temos a chance de superar o campo das "soluções demagógicas e clientelistas" para o problema de escassez da água. As palavras são da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, durante a abertura da Conferência de Magistrados e Membros do Ministério Público no FMA. Mas quem dera se a era da hidro-diplomacia fosse feita só de potenciais. Vivemos em um mundo de crises: políticas, militares, de alimentação, saneamento básico - muitas delas relacionadas à escassez da água. Para se ter uma ideia, no Brasil, 34 milhões de pessoas - cerca de 16% da população - não têm acesso a água potável; 100 milhões (43%) nem sequer têm o esgoto coletado, de acordo com denúncias feitas durante o fórum e entregues ao relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas), Leo Heller. No mundo, a situação não é diferente. Cerca de 1,9 bilhão de pessoas no planeta vivem em áreas de escassez severa de água. Estima-se que em 2050, o número aumente para três bilhões, segundo dados do relatório da ONU. A água é uma das maiores prioridades para o desenvolvimento de um país e para uma vida digna de seus cidadãos. E mais: oferecer segurança hídrica para o mundo é também uma questão de paz entre os países. A ameaça de escassez de água pode sim gerar períodos de tensão social, instabilidade política e disputa territorial. Ao invés disso, espero que a gestão inteligente da água, com parcerias globais entre gestores dinâmicos, comprometidos e engajados de governos e iniciativas privadas, reflita o ideal da comunhão com a Terra e do compartilhamento do que já é de todos. Afinal, como disse a ministra Carmem Lúcia, "desperdiçar água é desperdiçar a vida". Leia também:
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