[caption id="attachment_238633" align="alignleft" width="360" caption="Cerveró falou pela primeira vez sob regime de delação premiada"]
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[fotografo]Divulgação/PF[/fotografo][/caption]O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, em seu primeiro depoimento de delação premiada na
Operação Lava Jato, nesta segunda-feira (18), citou os presidentes da Câmara e do Senado como beneficiários de propinas pagas com dinheiro da estatal. Segundo Cerveró, somados os valores,
Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) teriam participado de operações que renderam cerca de US$ 35 milhões em propinas.
Cerveró falou sobre um empréstimo de R$ 12 milhões, feito pelo banco Schahin, ao empresário José Carlos Bumlai. Segundo ele, o valor nunca foi pago e os recursos foram destinados ao Partido dos Trabalhadores para custear dívidas de campanha. Nas investigações da Lava Jato, os procuradores encontraram um contrato de US$ 1,6 bilhão do Grupo Schahin com a Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 1000.
Em seu depoimento, Cerveró afirmou que as propinas que Cunha e Renan receberam foram pagas pelo Grupo Schahin, mas pela Samsung. A empresa, além do Vitória 10.000, construiu também o navio-sonda Petrobras 10.000, entregue antes da embarcação que foi operada pela Schahin. Os valores pagos pela Samsung aos políticos foram cerca de US$ 15 milhões para o Petrobras 10.000 e US$ 20 milhões no Vitória 10.000.
Segundo o ex-diretor da Petrobras, foi Cunha quem conseguiu, com a ajuda do lobista Fernando Baiano, a liberação da verba devida pela Samsung aos membros do esquema.
Já sobre
Renan Calheiros, Cerveró disse que o encarregado de pagar a propina para o senador foi o lobista Jorge Luz. "O Jorge Luz era um operador dos muitos que agiam na Petrobras. Eu conheci o Jorge Luz na propina que eu recebi, que faz parte da colaboração, que eu recebi na Argentina. Ele foi o operador que pagou os US$ 6 milhões da propina da sonda Petrobras 10.000 foi o Jorge Luz, encarregado de pagar ao senador
Renan Calheiros", disse Cerveró. Logo em seguida ele foi interrompido pelo juiz
Sergio Moro, que alegou que o caso citado por Cerveró não é investigado pela Lava Jato.
As informações de Cerveró, porém, coincidem com a delação do lobista Júlio Camargo, inclusive no que concerne à participação de Eduardo Cunha no esquema. Tanto Cunha, quanto Renan negam envolvimento na corrupção instalada na Petrobras e dizem que já prestaram os esclarecimentos necessários sobre o assunto às autoridades.
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