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[caption id="attachment_251757" align="alignleft" width="300" caption="Cunha entregou a carta de renúncia na Secretaria-Geral da Mesa e leu o documento em um pronunciamento público"]
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[fotografo]Antonio Augusto/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Após a
renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os deputados precisam realizar, nos termos do Regimento Interno da Câmara, uma nova eleição para a presidência da Casa em até cinco sessões de plenário. O sucessor de Cunha exercerá um mandato tampão até o início de fevereiro, quando uma nova Mesa Diretora será escolhida. A disputa será acompanhada de perto pelo Palácio do Planalto, uma vez que o governo precisa de um aliado ocupando o cargo para conseguir aprovar as medidas consideradas importantes para equilibrar as contas públicas, por exemplo.
Ao chegar à Câmara, o peemedebista entregou a carta de renúncia na Secretaria-Geral da Mesa e, em seguida, leu o documento em um pronunciamento público. Nesse instante, esboçou um choro, mas não chegou a lacrimejar.
Ainda
afastado do mandato por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha recorreu à simbologia do ato e deixou a Casa pela rampa principal. Fiel ao peemedebista e à liturgia ao rito, o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), leu a carta-renúncia em plenário. A partir de agora,o próximo passo é a publicação do documento no Diário Oficial da Câmara. A partir daí, começa a contar o prazo de cinco sessões para a realização da eleição.
Desde o afastamento de Cunha, a Câmara está sob o comando relativo do vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA), para quem a carta de renúncia foi destinada. Mas Maranhão, responsável pela
revogação da votação do impeachment, em 17 de abril - decisão que ele mesmo
anulou, depois da repercussão negativa do ato - mal consegue dirigir sessões deliberativas sem enfrentar protestos ferrenhos por parcela significativa do plenário.
Agora, o presidente interino tem de convocar novas eleições, mas sem precisar utilizar todo o prazo de cinco dias: a partir da oficialização da renúncia, o presidente em exercício pode convocar novas eleições a qualquer momento. A expectativa é de que isso aconteça no início da próxima semana, na segunda (11) ou na terça-feira. "A renúncia inclusive acontece hoje, poderia acontecer amanhã, poderia acontecer na segunda-feira, acontece hoje para que haja tempo hábil para a necessária eleição de um novo presidente nos primeiros dias da próxima semana. O nosso desejo é que essa eleição aconteça na segunda feira", disse Carlos Marun (PMDB-MS), conhecido aliado de Cunha.
Corrida
A votação será secreta, pelo sistema eletrônico e qualquer deputado pode se candidatar. Para ser eleito, o candidato precisa conquistar a maioria absoluta dos votos dentre os que estiverem presente. Antes do anúncio oficial da renúncia, a
corrida pela sucessão de Cunha já
agitava a Câmara.
Cunha está afastado do exercício de suas atividades na Câmara por
determinação do Supremo Tribunal Federal desde o dia 5 de maio. O parlamentar solicitou à corte no último dia 21 autorização para
voltar a frequentar a Casa. Porém, o pedido foi negado, ficando a permissão de entrada restrita à defesa que ele deve fazer na votação do processo de sua cassação em plenário. Para entregar a carta e realizar o pronunciamento desta quinta-feira (7), o deputado teve que fazer uma comunicação prévia ao STF.
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