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Congresso em Foco
28/02/2018 | Atualizado às 23h50
<< Senado retira exigência de placa vermelha para aplicativos como Uber; texto volta à Câmara << Uber e Cabify dizem que Senado "demonstrou sensibilidade" e "ouviu vozes" de motoristas e usuários
Ao explicar o relatório na tribuna, o relator Daniel Coelho (PSDB-CE) afirmou ser "absurda" a tentativa de exigir placas vermelhas nos carros dos aplicativos. Já para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), as medidas exigidas no projeto inicial visavam garantir as "condições de funcionamento".
Durante a discussão, visitantes representando os taxistas e os aplicativos se concentraram em diferentes partes do plenário da Câmara. Ao fundo do espaço, os taxistas abordavam deputados, questionando-os se eles votariam com a categoria, enquanto os representantes dos aplicativos se concentraram no lado direito do palco das decisões.
Impasse
Por cerca de dez minutos, a sessão foi suspensa para que os deputados chegassem a um acordo sobre a votação do relatório do tucano. Sem querer colocar as digitais em suas opções, deputados queriam chegar a um entendimento para aprovar as emendas mais polêmicas em votação simbólica (sem registro de voto) - especialmente a segunda emenda vinda do Senado, que dispensava a autorização específica dos município.
Sem consenso nos partidos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), determinou votação nominal e o plenário manteve o texto vindo do Senado por 227 votos contra 166, com 11 abstenções. Pouco antes do encerramento da votação do destaque, o relator do projeto afirmou que se a Casa rejeitasse a emenda, seria "o fim dos aplicativos no Brasil". "Se rejeitarem essa emenda das autorizações, está proibido Uber no Brasil", declarou Daniel Coelho.
A dispensa da exigência de placas vermelhas também foi mantida, em votação simbólica, conforme texto do Senado. Ao fim da votação, os deputados delegaram aos municípios a responsabilidade de regulamentar o funcionamento dos aplicativos, o que inviabiliza nova tentativa de que os aplicativos sejam obrigados a terem placas vermelhas, uma vez que tal competência é dos departamentos estaduais de trânsito.
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"A diferença é que inverte o ônus", explicou o relator. "O que eles queriam era inverter o ônus, que todo mundo está ilegal até que o município faça o contrário. Agora está todo mundo legal até que o município crie alguma regra que modifique o jogo. Então o jogo continua o mesmo, todo mundo está trabalhando e o município vai discutir suas regras, mas você não cria uma ilegalidade imediata para o usuário".
O relator também afirmou que o sistema de táxis no Brasil está atrasado e precisa se modernizar e que a tarifa fixa do serviço prejudica o motorista. "Ela é de um momento em que nós não tínhamos internet, não tínhamos aplicativos. Então o que a gente precisa para o taxista ter ganho é modernizar esse sistema, e não impedir o Uber. Se algum taxista tinha esperança de proibir o Uber e inviabilizar o sistema, ele não vai proibir. Mas não há prejuízo para o taxista. Então eu acho que ganha a sociedade", disse Daniel Coelho.
Argumento
A sessão voltou a registrar muitas divergências em plenário. Os principais pontos de discórdia eram a obrigatoriedade de autorização prévia, por parte dos executivos municipais, e da placa vermelha para circulação de automóveis a serviço de aplicativos de transporte como Uber, 99 e Cabify. Ambas as exigências haviam sido expressas no projeto aprovado na Câmara e excluídas durante a deliberação do Senado.A Câmara dos Deputados trouxe o Brasil para a vanguarda da regulamentação dos serviços de transporte individual de passageiros por aplicativos ao aprovar as emendas ao PL 5587/16 nesta quarta-feira (28/02). O Congresso ouviu as vozes dos milhões de usuários e centenas de milhares de motoristas dos aplicativos de mobilidade ao aprovar o texto com as emendas e criar uma desejada regulamentação - contrapondo-se ao texto original, uma proibição velada aos apps de mobilidade. A Cabify entende que a Presidência da República também ouvirá a população ao sancionar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
As emendas aprovadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal geraram um texto considerado equilibrado pela Cabify. A mobilidade urbana foi assegurada com a aprovação das emendas que retiraram diversas determinações do PL 5587 que inviabilizam o setor de mobilidade privada, como:
Exigência de placa vermelha - uma das emendas retirou a exigência da placa vermelha (táxi) e permite que motoristas parceiros de aplicativos possam utilizar seus veículos particulares para gerar renda;
Exigência de autorização específica - o texto com emendas aprovado também retira necessidade de autorização municipal - que é diferente de cadastro - para o exercício da atividade. O resultado retira uma proibição estatizante e velada semelhante a alvarás que permitiriam os municípios proibir o serviço ou restringir o número de autorizações aos motoristas parceiros para prestar o serviço;
Obrigatoriedade dos motoristas serem proprietários dos veículos - o texto com emendas permite que os motoristas utilizem veículos que não estejam registrados em seu nome, como carros alugados ou de familiares;
Carros com placa da cidade em que operam - veículos emplacados em outras cidades estão autorizados como transporte privado, auxiliando as regiões metropolitanas e garantindo o direito constitucional da liberdade de profissão.
A Cabify considera a aprovação do texto com uma regulamentação justa para o setor de mobilidade urbana como uma conquista. Para a empresa, o texto considerou todos os envolvidos: municípios, população, motoristas parceiros e empresas de aplicativos - que foram disruptivas ao conectar motoristas parceiros com a população. Por isso, o resultado de hoje coloca o Brasil como protagonista na vanguarda da inovação e na construção de soluções para a mobilidade urbana ao estabelecer uma regulamentação equilibrada e sinalizar positivamente para investimentos ligados à inovação.
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