[caption id="attachment_234889" align="alignleft" width="360" caption="Plenário foi palco de mais um bate-boca entre governo e oposição"]

[fotografo]Jefferson Rudy/Agência Senado[/fotografo][/caption]O Senado aprovou hoje (30) a Medida Provisória 698/2015, que viabiliza a concessão de garantia em operações de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida cujas prestações são parcialmente custeadas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com a matéria, o Tesouro Nacional fará a compensação caso beneficiários deixem de quitar as parcelas. A medida foi aprovada na véspera de perder a validade, que aconteceria amanhã (31), e agora segue para sanção presidencial. A pauta deveria ter avançado, mas uma discussão acalorada interrompeu os trabalhos.
Veja o momento da discussão (a partir de 1min59):
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O plenário ainda deveria ter votaado a MP 709/2015, que vence nesta sexta-feira (1º), mas um bate boca entre senadores da base aliada do governo e da oposição resultou no encerramento da sessão pelo presidente
Renan Calheiros (PMDB-AL). A MP 709 abre crédito extraordinário no valor de R$ 1,318 bilhão para os ministérios da Integração Nacional; da Saúde; da Defesa; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Cultura; do Esporte; e do Turismo.
As discussões envolveram o oposicionista Ronaldo Caiado (DEM-GO) e os senadores petistas
Lindbergh Farias (PT-RJ) e
Gleisi Hoffmann (PT-PR). Caiado fez críticas à MP 698. "Estão querendo fazer política pública com o fundo do trabalhador. Está fazendo casa com dinheiro do trabalhador, não com o dinheiro do orçamento". Lindbergh e Gleisi, por sua vez, defendiam a matéria.
"Às vezes fico impressionado com o tamanho do elitismo, porque não tem outra forma de dizer isso. Não se faz casa para pobre sem subsídio. Não se faz casa para pobre se não houver recurso do FGTS, Senador. É simples assim!", retrucou Lidbergh.
Em seguida, o debate foi desviado para o tema do impeachment da presidente Dilma. Os parlamentares assumiam o microfone indiscriminadamente, sem respeitar o término da fala dos outros. "A partir do momento em que a Mesa conceder a palavra, o senador não pode abrir o microfone e interferir na intervenção do outro. Porque senão nós estaremos dando ao Brasil um péssimo exemplo também", disse
Renan Calheiros. No entanto, o pedido foi em vão e o presidente encerrou a sessão.
Após a confusão, Lindbergh conversou com jornalistas e disse estar confiante de que o processo de impeachment não avançará. "As negociações estão se intensificando com vários partidos da base. O impeachment está mais longe depois da debandada do PMBD", avalia o petista, que adiantou que o ministro-chefe do gabinete pessoal de Dilma,
Jaques Wagner, fará em breve o anúncio de uma nova reforma ministerial. "O gesto precipitado do PMDB facilitou o jogo do governo. Eles [PMDB] erraram", concluiu.
Já o oposicionista Ronaldo Caiado discorda, e defendeu que "o impeachment de Dilma é a salvação do PT".
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