[caption id="attachment_213341" align="alignleft" width="285" caption="Sessão conjunta do Senado e da Câmara para análise de vetos é adiada novamente"]

[fotografo]Antonio Augusto/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]A base aliada na Câmara não conseguiu reunir em plenário, nesta terça-feira (5), número suficiente de deputados para dar início à votação de vetos presidenciais. A sessão daria andamento à apreciação do restante das
32 negativas presidenciais em pauta. Sem a maioria absoluta de deputados (257 presentes), exigida para sessões conjuntas (Senado e Câmara), o presidente do Congresso,
Renan Calheiros (PMDB-AL), remarcou a plenária para as 11h30 desta quarta-feira (7).
Com a desmobilização dos aliados na Câmara, só 169 deputados estavam presentes. Representantes da oposição ironizaram a situação e disseram que o governo não passou no primeiro teste pós-reforma ministerial, que reacomodou partidos da base e ampliou o espaço do PMDB na equipe de ministros. Já a base no Senado conseguiu reunir muito mais do que o mínimo necessário (41), e registrou a presença de 47 senadores.
Por volta das 13h, depois de muita discussão regimental entre parlamentares, Renan suspendeu a sessão por 30 minutos, na esperança de que mais representantes da base chegassem ao Congresso e registrassem presença. Nesse sentido, o senador chegou a propor aos presentes que continuassem usando a palavra até que fosse atingido o quórum de votação. Naquele momento, o painel eletrônico registrava os 161 deputados e 47 senadores em plenário, e não adiantou o argumento, posto pela deputada
Maria do Rosário (PT-RS), de que parlamentares do Sul tiveram problemas com voos. Líderes oposicionistas continuaram pressionando pelo cancelamento da sessão, e acabaram conseguindo o que queriam.
Dos 32 projetos vetados pela presidenta Dilma Rousseff pautados para sessões conjuntas do Congresso, com votação iniciada no mês passado, seis ainda esperam deliberação. O mais polêmico deles é o que reajusta o salário dos servidores do Judiciário em até 78%, com média de 56%. Para pressionar pela derrubada desse veto, a classe promove uma intensa ação corporativista junto aos parlamentares. Nos últimos meses, milhares de representantes da categoria têm se concentrado nos arredores do Congresso e promovem, munidos de buzinas, charangas, faixas e cartazes, "vuvuvelaços" em dias de sessão para analisar os vetos.
A proposta,
encaminhada à sanção presidencial em 1° de julho, geraria um impacto orçamentário de R$ 36,5 bilhões aos cofres federais até 2016, na hipótese de derrubada do veto presidencial. O reajuste vai de encontro aos esforços de readequação orçamentária postos em campo pela equipe econômica, em um momento em que o governo ainda tenta emplacar a aprovação de mais medidas de ajuste fiscal.
Mais sobre vetos presidenciais