Senadores abdicam do uso dos holofotes para encerrar processo contra Dilma
[caption id="attachment_256106" align="alignleft" width="300" caption="
Aécio Neves foi o único tucano a falar pelo partido em plenário"]

[fotografo]Jefferson Rudy/Agência Senado[/fotografo][/caption]Se por um lado os aliados de Dilma conseguiram usar toda a manhã desta terça (9) com questões de ordem, do outro, a base aliada do presidente interino Michel Temer trabalha para
acelerar o andamento do impeachment no Senado. Ao todo, até as 19h, quinze senadores abriram mão dos dez minutos protocolares a que têm direito para discursar no plenário da Casa. O número de inscritos, que chegou a 55, chegou a 40 - e com tendência de queda.
Maior bancada do Senado, o PMDB - encabeçado pelo líder
Eunício Oliveira (CE) - optou apenas por ler o voto. "Esta fase está consumada, mas na próxima (votação final) todos vão falar", afirmou o senador ao
Congresso em Foco. Segundo Eunício, "a grande maioria dos senadores já se declarou favorável à pronúncia".
O PSDB, por sua vez, escolheu o presidente do partido,
Aécio Neves (MG), para representar a legenda na tribuna e anunciar o
apoio à saída de Dilma Rousseff. Unem-se a tucanos e peedembistas, ainda, os senadores Ana Amélia (PP-RS),
Ciro Nogueira (PP-PI),
Wilder Morais (PP-GO) e Zezé Perrella (PTB-MG).
Antes da investida dos aliados de Temer para acelerar a sessão, chegou-se a considerar a
hipótese de interrupção da sessão. A ideia, a princípio proposta pelo senador
Aécio Neves (PSDB-MG), teve o apoio de Lindberg Farias (PT-RJ), líder da oposição, mas foi abafada pela base do governo interino.
[caption id="attachment_256122" align="alignright" width="300" caption="Senadores abdicam do uso dos holofotes para encerrar processo contra Dilma"]

[fotografo]Geraldo Magela/Agência Senado[/fotografo][/caption]O principal objetivo dos aliados do governo é evitar que o julgamento final seja adiado. "Se a pronúncia não for concluída hoje, provavelmente o julgamento final não começará em 25 de agosto - o que é prejudicial a todo o país", afirmou Eunício. Segundo o líder, o PMDB trabalha com pelo menos 57 votos favoráveis ao impeachment nesta fase e pretende atingir mais de 60 no julgamento final, quando são necessários 54 para o afastamento definitivo de Dilma.
Após os discursos, serão apreciados os destaques apresentados pelos senadores. Só a partir dessa etapa o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que presidente a sessão do impeachment, poderá abrir votação.
Mais sobre o impeachment
Mais sobre crise brasileira