[caption id="attachment_67256" align="alignleft" width="319" caption="A CPI ouvirá Carlos Alberto Leréia, deputado que pode ser cassado por seu envolvimento com Cachoeira"]
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[fotografo]Beto Oliveira/Câmara[/fotografo][/caption]
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A criticada
CPI do Cachoeira, que vai para o sexto mês sem avanços significativos, tenta progredir nas investigações com o depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSFB-GO) em plena semana do feriado da Independência, celebrado na próxima sexta-feira (7). A sessão está agendada para amanhã (terça, 4), às 10h15. Amigo confesso do contraventor Carlos Cachoeira, que dá nome à comissão de inquérito, Leréia também enfrenta processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara, e corre o risco de perder o mandato - outros processos foram arquivados, mas o de Leréia terá consecução.
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Leréia é acusado de usar cartão de crédito de Cachoeira para compras diversas e ter recebido dinheiro ilegal da organização criminosa capitaneada pelo contraventor - cujo esquema criminoso tem Goiás como núcleo operacional e a empresa Delta como responsável por movimentações financeiras irregulares. O deputado também é suspeito de ter alertado Cachoeira sobre a iminência de uma operação da Polícia Federal destinada a desbaratar a quadrilha. Leréia nega as acusações e diz que a relação com Cachoeira é apenas de amizade.
A denúncia contra Leréia foi formalizada pelo deputado
Chico Alencar (Psol-RJ). Quatro parlamentares aprovaram o pedido em comissão de sindicância instalada para analisar o caso. Diante da deliberação, o corregedor da Câmara,
Eduardo da Fonte (PP-PE), votou pelo envio do processo ao Conselho de Ética da Câmara, onde o pedido de cassação passa a ser apreciado caso a Mesa Diretora concorde com os termos do encaminhamento. A decisão sobre esse procedimento pode ser anunciada nesta semana.
Além de Leréia, a CPI também tomará o depoimento do funcionário da Delta Construções André Teixeira, suspeito de integrar a organização criminosa. As investigações da PF consideraram incompatíveis a evolução patrimonial e as movimentações financeiras do funcionário com os rendimentos por ele declarados - o que leva à suspeita de que André era utilizado como laranja em esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas fantasmas. A exemplo de diversos outros depoentes - entre eles o próprio Cachoeira e sua esposa, Andressa Mendonça -, André pode recorrer ao direito de permanecer em silêncio e travar ainda mais o almejado avanço das investigações na comissão.