Alberto Cascais pediu a nulidade do processo da ADPF 402, que pode vetar réus em cargos da linha sucessória da Presidência da República
Renan Calheiros tenha acesso ao processo da Lava Jato (Antonio Cruz/Agência Brasil)" src="https://static.congressoemfoco.com.br/2016/12/alberto1-1024x668.jpg" alt="" width="491" height="321" />[fotografo]Divulgação/Agência Brasil[/fotografo]
Alberto Cascais pediu a nulidade do processo da ADPF 402, que pode vetar réus em cargos da linha sucessória da Presidência da República
Em sessão realizada no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quarta-feira (7), o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, avaliou que é "indubitável que há um atrito institucional entre os Poderes". "E diante de situações extremas ocorre, também, fatos e medidas extremas", ponderou. De acordo com Alberto, a reação dos parlamentares da Casa foi de "surpresa extrema", uma vez que o Senado não pôde se manifestar sobre a liminar.
"Surpreende, enfim, a ausência do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Diante de tudo isso, a Mesa do Senado quer a anulação do processo da ADPF 402 para que seja promovida a notificação do Senado Federal para apresentar suas razões. Alternativamente, como medida menos drástica, como a que se adotou, requer-se o simples afastamento do presidente
Renan Calheiros da linha sucessória da Presidência da República", questionou.
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, discordou da argumentação do advogado e afirmou que não existe "nenhum atrito entre os Poderes". "O que acontece é que, os Poderes estão trabalhando, estão operando, cada um dentro dos seus limites, isso não pode ser visto como atrito", explicou. Ainda segundo Janot, o que se discute no momento é a liminar do ministro Marco Aurélio, e por isso, não cabe o pedido de nulidade da ADPF 402.
Enquanto isso, Daniel Sarmento, advogado da Rede Sustentabilidade, autora do pedido de afastamento, destacou que a alternativa que vem sendo debatida, pelo afastamento do peemedebista apenas da linha sucessória, mantendo-o na Presidência do Senado, não é "satisfatória sobre o prisma constitucional". Daniel também avaliou que, ao se tornar réu, Renan passou a representar um "grave risco" para a continuidade do trabalho realizado pelo Senado. Ele explicou também que o pedido de vista de Toffoli sobre a análise do caso que impede que réus assumam cargos da linha sucessória perde a validade uma vez que ao acolher a denúncia sobre peculato, a demora na decisão causaria um "perigo" real para o Legislativo.
"Quando se tem um presidente do Senado envolvido em uma ação penal, admitida por essa Corte, será que subsiste essa ideia? Será que a legitimidade de decisões tomadas pelo Congresso e pelo Senado, será que isso não é abalado? Então, se nós temos leis tão importantes em tramitação e se discute até a mudança da Constituição em emendas controversas, não é exatamente nesse cenário não é fundamental que haja uma atmosfera de normalidade que gere na sociedade a crença de que o processo Legislativo é absolutamente legítimo? Então, essa circunstância de haver questões tão importantes pendentes de deliberação no Senado reforça o
periculum in mora (perigo na demora)", ressaltou.
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