[caption id="attachment_273524" align="alignleft" width="390" caption="Sentado, Collor vê ampla maioria se manifestar contra a votação do pacote anticorrupção a toque de caixa"]

[fotografo]Roque de Sá/Agência Senado[/fotografo][/caption]Apresentado pelas lideranças de PMDB, PTC e PSD no Senado, um requerimento para votação, em caráter de urgência, do pacote anticorrupção aprovado ontem (terça, 29) na Câmara - texto do Ministério Público que foi "desfigurado" pelos deputados, nas palavras do relator - foi
derrubado em plenário por 44 votos a 14, abortando uma tentativa do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), de votar a matéria ainda nesta quarta-feira (30). O item não constava da pauta, mas Renan tentou incluí-lo por meio de um requerimento de urgência subscrito pelos líderes do PMDB, do PSD e do PTC.
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Dos líderes que assinaram o requerimento, só Fernando Collor (PTC-AL) votou em plenário, obviamente favorável à urgência de votação. Dos 19 membros do PMDB, três votaram a favor da urgência: João Alberto Souza (MA), Roberto Requião (PR) e Valdir Raupp (RO). Já Kátia Abreu (PMDB-TO) se absteve de votar, enquanto
Renan Calheiros, por ser presidente da Casa, só vota em necessidade de desempate.
Dos 14 votos favoráveis à urgência, alguns estão sob investigação na
Operação Lava Jato, entre eles o próprio Collor - no caso do senador alagoano, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF),
retirou em outubro o segredo de Justiça do processo provocado pelo Ministério Público Federal. Collor é suspeito de receber dinheiro ilícito do esquema de corrupção da Petrobras.
Em 17 de novembro, foi a vez de o presidente do PP, partido com mais investigados no petrolão, ser formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República por
corrupção e lavagem de dinheiro. Senador pelo Piauí,
Ciro Nogueira foi apontado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e pelo ex-diretor da empresa Walmir Pinheiro como beneficiário de cerca de R$ 2 milhões em propina. Em sua delação, Pessoa contou que mandou entregar R$ 1,5 milhão em espécie ao senador, em três parcelas, em 2014. Outros R$ 475 mil foram pagos, segundo ele, por meio de contratos fictícios com um escritório de advocacia. Ciro, Collor e os demais acusados negam as acusações.
Veja como cada senador votou:
CONTRÁRIOS À URGÊNCIA:
Aécio Neves PSDB-MG
Aloysio Nunes Ferreira PSDB-SP
Alvaro Dias PV-PR
Ana Amélia PP-RS
Ângela Portela PT-RR
Antonio Anastasia PSDB-MG
Armando Monteiro PTB-PE
Ataídes Oliveira PSDB-TO
Cidinho Santos PR-MT
Cristovam Buarque PPS-DF
Dalirio Beber PSDB-SC
Dário Berger PMDB-SC
Deca PSDB PB
Eduardo Amorim PSC-SE
Flexa Ribeiro PSDB-PA
Garibaldi Alves Filho PMDB-RN
Gladson Cameli PP-AC
João Capiberibe PSB-AP
José Agripino DEM-RN
José Aníbal PSDB-SP
José Medeiros PSD-MT
Lasier Martins PDT-RS
Lúcia Vânia PSB-GO
Magno Malta PR-ES
Marta Suplicy PMDB-SP
Otto Alencar PSD-BA
Paulo Bauer PSDB-SC
Paulo Paim PT-RS
Pedro Chaves PSC-MS
Pinto Itamaraty PSDB-MA
Raimundo Lira PMDB-PB
Randolfe Rodrigues Rede-AP
Regina Sousa PT-PI
Reguffe SEM PARTIDO-DF
Ricardo Ferraço PSDB-ES
Roberto Muniz PP-BA
Ronaldo Caiado DEM-GO
Rose de Freitas PMDB-ES
Sérgio Petecão PSD-AC
Simone Tebet PMDB-MS
Tasso Jereissati PSDB-CE
Telmário Mota PDT-RR
Vanessa Grazziotin PCdoB-AM
Virginio de Carvalho PSC-SE
Waldemir Moka PMDB-MS
Wellington Fagundes PR-MT
Wilder Morais PP-GO
FAVORÁVEIS À URGÊNCIA
Benedito de Lira PP-AL
Ciro Nogueira PP-PI
Fernando Bezerra Coelho PSB-PE
Fernando Collor PTC-AL
Hélio José PMDB-DF
Humberto Costa PT-PE
Ivo Cassol PP-RO
João Alberto Souza PMDB-MA
Lindbergh Farias PT-RJ
Pastor Valadares PDT-RO
Roberto Requião PMDB-PR
Valdir Raupp PMDB-RO
Vicentinho Alves PR-TO
Zezé Perrela PTB-MG
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