Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment de Dilma. [fotografo] Agência Câmara [/fotografo]
[caption id="attachment_294653" align="aligncenter" width="580" caption="Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, afirmou que país não aguentaria mais um processo de impedimento. Ele pede que Temer renuncie"]
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[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil[/fotografo][/caption]Na manhã desta quinta-feira (18), o jurista Miguel Reale Júnior defendeu que o presidente Michel Temer renuncie ao mandato. Na noite de ontem (17), o colunista Lauro Jardim, do jornal
O Globo, revelou que o empresário Joesley Batista gravou Temer incentivando o pagamento de uma mesada para garantir o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba desde o ano passado. Reale Júnior foi entrevistado pela rádio CBN.
Reale Júnior, autor do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, afirmou que o caso é "nada republicano, inadmissível" e, apesar de se enquadrar nas hipóteses de impeachment, o "Brasil não aguentaria" um novo processo de impedimento de seu presidente. "Seria melhor se ele renunciasse, um novo processo de impeachment é um processo muito doloroso, o país está no momento de início de saída da recessão", disse. Para Reale, Temer deveria ter mandado prender Batista, e não "ter ficado em silêncio e anuído."
O jurista também afirmou que o Brasil não aguentaria eleições diretas no momento, e que isso seria "conturbar o país" e criaria "imensa insegurança jurídica". "Aí é até golpe, mudar a constituição para ter eleições diretas", disse durante a entrevista. Para ele, é necessário que o Congresso eleja uma "figura isenta" e "com experiência administrativa". Ele cita como exemplos os senadores Álvaro Dias (PV-PR) ou Cristovam Buarque (PPS-DF) para a tarefa de assumir o país via eleições indiretas.
Ele encerrou a entrevista afirmando que seria melhor que Temer renuncie, pois "é necessário um pouco de amor por esse país, pelo amor de deus", pedindo ainda a indicação de um nome de "grandeza e respeitabilidade" pelo Congresso.
Ouça a entrevista de Miguel Reale Júnior à rádio CBN