O presidente Lula voltou a criticar neste sábado os governos anteriores e afirmou que o Brasil estava "desmontado" como "Lego" antes de sua posse, em 2003.
"Quando eu tomei posse, (...) o Brasil já existia, as fábricas já existiam, o povo já existia, mas a impressão que eu tinha é que eu estava diante de um Brasil feito aqueles brinquedos "Lego", desmontado. Era um quebra-cabeças para a gente consolidar", afirmou ele durante cerimônia no Espírito Santo do início das obras do gasoduto Cabiúnas-Vitória.
No discurso o presidente enumerou conquistas obtidas durante seu governo, como a auto-suficiência do Brasil em petróleo, o desenvolvimento do programa de biodiesel, a construção de ferrovias no Nordeste e a redução da desigualdade social.
"Hoje eu posso estar vivendo esse dia 10 de junho de 2006 com a alma mais branda, com a alma feliz, porque, finalmente, nós estamos numa situação sólida", declarou.
Nova reforma
O presidente também defendeu que seja feita uma nova reforma da Previdência no futuro. "A sociedade vai ter que compreender que a Previdência, de tempos em tempos, tem que passar por uma reforma, porque, quando ela começou, em 1923, nós tínhamos todos aqueles que trabalhavam, pagando, e ninguém recebendo. Hoje nós temos metade trabalhando e metade recebendo, então, entra menos dinheiro e sai mais dinheiro, as pessoas estão vivendo mais", disse.
O Planalto já estuda a implementação de uma segunda reforma da Previdência uma política mais flexível do regime de metas de inflação a partir de 2007 caso o Lula seja reeleito neste ano.
A nova reforma da Previdência não englobaria, inicialmente, mudanças no fator previdenciário (alteração no tempo de contribuição e idade para concessão das aposentadorias), conforme relatos de auxiliares do presidente.
A idéia central é apertar o cerco à concessão de alguns benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), como auxílio-doença, e investir na informatização de todos os postos do país para reduzir fraudes.
Caso as iniciativas para aumento de arrecadação da Previdência não produzam os resultados esperados, a mudança no fator previdenciário não está descartada.