Presidencialismo de coalizão, estratégia tradicional do Executivo para formar maioria no Congresso, é vista como ultrapassada por Arthur Lira. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados,
Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (14) que a
CPI da Braskem não deve ser um "palanque político". A Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada no Senado nesta semana.
"Confio que a CPI criada pelo Senado para investigar os problemas da exploração de sal-gema em Maceió pela Braskem fará um trabalho técnico meticuloso e profundo e de apuração de responsabilidades", disse Lira em seu
perfil do X (ex-Twitter).
E completou: "Portanto esta CPI não deve ser um palanque político. E sim uma chance de Maceió e seus moradores buscarem reparação."
A CPI da Braskem deve se debruçar, entre outros pontos, sobre o
rompimento da mina 18 da Braskem, em Maceió. O rompimento se deu nesse domingo (10). Segundo a Defesa Civil da capital alagoana, toda a área afetada estava desocupada e o rompimento não levou a tremores de terra ou ao comprometimento de minas próximas.
O desastre na capital alagoana foi causado pela exploração de sal-gema em jazidas no subsolo, ao longo de décadas, pela Braskem. O sal-gema é um tipo de sal usado na indústria química.
O desastre em Maceió e a articulação do senador
Renan Calheiros (MDB-AL) pela CPI
acirrou a disputa entre a cúpula política alagoana. Os grupos representativos de Renan e Lira iniciaram uma guerra de narrativas em relação a Braskem e as supostas responsabilidades políticas envolvidas no caso.
Segundo Lira, o presidente da CPI, senador
Omar Aziz (PSD-AM), tem compromisso em fazer um trabalho técnico.
Apesar da
comissão ter sido instalada na quarta-feira (13), Aziz ainda não definiu quem será o relator. Como presidente da CPI, essa é uma escolha do senador.
Há a expectativa de que Renan seja escolhido, já que foi o autor do requerimento de criação da CPI, além de ter articulado para sua instalação. Aziz pode escolher o nome na próxima terça ou deixar a definição somente para fevereiro.
O líder do PSD e integrante do colegiado,
Otto Alencar (BA) defende que o
relator não seja dos estados de Alagoas, afetado pelo desastre da Braskem, nem da Bahia, que conta com unidades do grupo no estado e é responsável por empregar 6,6 mil pessoas no território baiano.