Viraliza vídeo que compara Milei a Bolsonaro: "Mentiroso profissional"
Na peça, sem identificação de autoria, o rosto de Bolsonaro se converte no do argentino, e narrador adverte para risco de pesadelo
Congresso em Foco
22/10/2023 | Atualizado às 11h44
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Javier Milei lidera a maioria das pesquisas e é considerado favorito para suceder Alberto Fernández. Foto: Divulgação
Viralizou nas redes sociais neste fim de semana um vídeo que compara o candidato a presidente da Argentina Javier Milei, de extrema-direita, com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL). Na peça, sem identificação de autoria, o rosto de Bolsonaro se converte no do argentino, considerado um dos favoritos para a eleição presidencial deste domingo no país vizinho, em meio a uma das maiores crises econômicas de sua história. O narrador, então, adverte:
"Este homem se diz um patriota, mas odeia todos em seu país. Este homem conta piada para parecer engraçado, mas só sabe rir da desgraça dos outros. Este homem diz que é contra a corrupção, mas é um mentiroso profissional. Disseram que com este homem tudo seria diferente, mas tudo mudou para pior. Este homem não é o que você pensa. No Brasil, este homem foi eleito e foi um pesadelo. A Argentina não precisa passar por isso. Nestas eleições, não se engane. Argentina, diga-me como se sente".
Milei tem sido comparado ao ex-presidente brasileiro pelo seu discurso radical e virou a principal aposta da direita para retomar o espaço perdido nos últimos quatro anos na América do Sul. Em 2019, partidos de direita comandavam dez dos 12 países da região. Hoje, apenas três. O próprio Bolsonaro gravou vídeo dizendo torcer muito pela eleição do colega para derrotar a esquerda.
Veja no mapa interativo abaixo como estava o quadro em 2019 e como está hoje na América do Sul:
Em um cenário caótico e de desespero, a Argentina flerta com a ultradireita e o discurso radical contra políticos tradicionais e corre o risco de se isolar na América do Sul. A eventual vitória do candidato de extrema-direita Javier Milei, com suas propostas controversas para salvar a economia, inclusive ameaça de rompimento comercial com o Brasil, tende a deixar o país com poucos parceiros na região. Sua eleição, no entanto, é vista como boia de salvação por direitistas na estratégia de retomar o protagonismo regional.
O interesse do Brasil no assunto é grande. Nesta semana um grupo de 69 deputados aliados de Bolsonaro enviou uma carta a Milei, defendendo sua eleição como sinal de "esperança" e "renovação" da direita. Poucos dias atrás, o ex-presidente brasileiro fez o mesmo. "Estou torcendo muito por você", disse ele ao colega argentino em um vídeo. "Não podemos continuar com a esquerda", acrescentou.
Durante as eleições primárias, em agosto, Javier Milei, da coalizão La Libertad Avanza, destacou-se ao aparecer em primeiro lugar, seguido por Patricia Bullrich, do partido Juntos por el Cambio, e Sérgio Massa, do Unión pela Pátria, ministro da Economia e candidato do atual presidente, Alberto Fernández.
Para vencer no primeiro turno, é preciso ter mais de 45% dos votos ou 40% dos votos com uma diferença de dez pontos percentuais em relação ao segundo concorrente. Caso nenhum deles alcance essa marca, os argentinos voltarão às urnas no dia 19 de novembro.