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Congresso em Foco
16/09/2008 | Atualizado às 07h56
Eduardo Militão
A família Vedoin mantém as acusações feitas nas investigações da Operação Sanguessuga. Depois dos documentos e grampos colhidos pela Polícia e pelo Ministério Público Federal, Luiz Antônio, Darci José e Alessandra Vedoin fizeram um acordo de delação premiada. Eles confessariam os crimes, entregando os co-autores da fraude em troca da redução das penas.
A advogada da família, Amanda Barreto, diz que os bens deles permanecem bloqueados e que estão respondendo a ações judiciais em quase todo o Brasil, por conta do escândalo da máfia das ambulâncias, comandado pela empresa Planam. "Eles estão sendo reinterrogados e continuam com a mesma postura", afirma.
Em depoimentos, os Vedoin denunciaram o pagamento de mais de R$ 9 milhões em propinas para diversos parlamentares. Luiz Antônio e família assumem uma postura discreta, sem dar entrevista. "Eles não querem falar. A gente acha que atrapalha. Eles são réus-colaboradores", lembra Amanda.
O Congresso em Foco apurou que Luiz Antônio passou a cursar direito numa faculdade de Cuiabá. Está trabalhando em outras empresas da família, assim como Darci e Alessandra. Mas Amanda Barreto prefere não comentar os detalhes das atividades dos clientes.
"Estão vivendo a vida deles. Ele [Luiz Antônio] está voltando à vida, até porque tem dois filhos e mulher para cuidar", resume a advogada.
Amizade e futilidades
O ex-deputado Lino Rossi (PP-MT) - que recebeu R$ 3 milhões em propinas dos Vedoin, segundo relatório da CPI dos Sanguessugas - diz que ainda mantém contato com os ex-donos da Planam. "Nunca neguei amizades. Não nego uma dívida moral por nada nesse mundo", contou ele, à reportagem.
Rossi afirma que conversou com Luiz Antônio "duas ou três vezes" numa calçada em Cuiabá. "Conversamos futilidades, sobre como estava o processo", recorda-se o ex-deputado, que voltou a exercer a profissão de radialista.
Depois de perder o mandato, Rossi foi comandar o programa de TV "Notícias de Mato Grosso", na Rede TV, onde ficou quase um ano. Agora, está apenas na rádio Cuiabana FM, onde apresenta o "Chamada Geral", das 6h às 8h da manhã.
No ar, Lino Rossi desfia cobranças contra políticos. "Cobro um comportamento dos parlamentares, das promessas descabíveis e politicagens", avisa. O ex-deputado espera o fim das eleições para voltar à TV.
Ele sonha em retornar à política, mas a mulher e a família não querem. "Vou sarar as feridas primeiro. Desejo eu tenho. A política é o meu mundo", conta Rossi. Depois de assumir como deputado federal suplente em 2004, ele desistiu de se candidatar à reeleição em 2006, no auge do escândalo dos sanguessugas.
Quase parlamentar
Depois que deixou Brasília à força, Rossi voltou à capital para acompanhar um tratamento de saúde da filha e trabalhar como "representante" de empresas paulistas.
"Foi só uma experiência. Era como se fosse uma relação parlamentar. Eu ia à Anvisa [Agência Nacional de Vigilância à Saúde], enfrentava a burocracia para quem não podia ficar três ou quatro dias em Brasília."
Entre suas idas e vindas à capital federal, Rossi acabou preso por ser considerado foragido pela Justiça Federal de Mato Grosso. Foi solto dias depois. Mas seus problemas não se limitam à Operação Sanguessuga.
Sem o salário de R$ 12 mil como parlamentar, que recebia até 2006, ele começou a atrasar as prestações de um apartamento de 110 metros quadrados avaliado em R$ 200 mil.
"Ele foi leiloado pela Caixa Econômica por falta de pagamento. Estou tentando reverter isso", conta Rossi, que mora de aluguel em Várzea Grande. A ex-mulher e os filhos ocupam o apartamento sub judice em Cuiabá.
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