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Congresso em Foco
12/12/2009 6:20
Renata Camargo
Quer ver o palhaço ficar sério? É só dizer que o "Congresso Nacional é uma palhaçada". Com 21 anos de picadeiro, o palhaço Plim-Plim, de 49 anos, se ofende com as piadinhas que envolvem a sua profissão. Se depender dele, os manifestantes nas ruas trocarão o nariz Vermelho por outros símbolos para protestar contra os políticos que não merecem ser levados a sério.
"Eu sou contra essa moda aí que o cara vai lá fazer um protesto da saúde e usa um nariz de palhaço. Isso é uma banalização da imagem do palhaço. Eles poderiam usar uma máscara da gripe", contesta Plim-Plim. "E quando se trata do Congresso, tem que se ter respeito, porque isso aqui se trata de representantes do povo. Essa forma pejorativa que as pessoas usam é maldosa e de duplo sentido", protesta.
O palhaço Plim-Plim, personagem do cidadão pernambucano José Carlos Santos Silva, se despede da capital federal neste fim de semana. Por quase seis anos, Plim-Plim viveu próximo ao Congresso, em um ônibus-residência/picadeiro estacionado atrás da Torre de TV (a cerca de 10 minutos do Congresso). Plim-Plim deixa Brasília após concretizar o 1º Seminário Nacional de Palhaços, realizado na última quinta-feira (10) na Câmara dos Deputados. Agora, ele segue para o Nordeste, com o objetivo de iniciar um projeto de cadastramento nacional dos palhaços profissionais do Brasil.
É considerado palhaço profissional aquele que "vestindo roupas extravagantes e empregando máscaras ou outros disfarces cômicos, realiza pantomimas e outros números cômicos, comunicando-se com o público por meio de cenas divertidas, para entreter a platéia de circos ou de outras casas de diversão". Segundo o Ministério do Trabalho, apenas 128 palhaços têm registro profissional no país.
"Tem muito mais que isso. Eu vou ajudar a cadastrar os palhaços. Em 2011, vou voltar a Brasília com os números concretos e mostrar quantos palhaços são de picadeiro e quantos são picaretas. É preciso separar os palhaços que estão no picadeiro, tentando ganhar dinheiro na arte e na cultura, dos picaretas, que só querem usar a imagem", afirma Plim-Plim.
José Carlos segue rumo a Feira de Santana (BA), onde no dia 20 participa de uma das etapas do Seminário Nacional de Palhaço. A intenção, segundo ele, é levar a várias cidades do Brasil a luta pelos direitos trabalhistas do palhaço profissional. Ele quer uma aposentadoria específica para os palhaços, quer fazer valer o direito que os artistas têm de colocar seus filhos em escolas públicas e quer garantir mais respeito à categoria.
Em entrevista ao Congresso em Foco, Plim-Plim, que foi o mentor desse primeiro seminário de palhaços do país, fala um pouco sobre sua trajetória, sua luta social e do porque ser palhaço no Brasil não é uma tarefa assim tão fácil. "Se a gente não plantar agora a semente do amanhã, a gente não vai ter nenhum fruto. Esse seminário vem nesse objetivo de encontrar as formas de ter um trabalho digno ao ser palhaço".
Leia uma entrevista com o palhaço Plim-Plim
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