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Congresso em Foco
19/02/2024 | Atualizado às 16h00
"Às vezes, tanto nas comunidades mais carentes de Manaus quanto nos interiores, [criminosos] acabam dominando os espaços de poder elegendo vereadores, elegendo deputados, elegendo prefeitos através do assistencialismo. Como essas pessoas não têm hoje plenas condições de dar uma boa educação aos filhos, obter acesso a determinados medicamentos ou mesmo colocar comida na mesa, o assistencialismo acaba sendo um mecanismo de poder das facções criminosas", explicou.O parlamentar acredita que as autoridades amazonenses não são capazes de lidar com a crise de segurança pública por conta própria. "Como podemos esperar que o Estado brasileiro na esfera municipal e na esfera estadual consigam agir contra o crime organizado, quando nós temos indícios de que o próprio crime organizado é hoje o próprio Estado brasileiro ou parte do Estado brasileiro nessas instâncias?", questiona. As ameaças sofridas pelo deputado começaram quando ele anunciou o envio de um dossiê à Polícia Federal, elaborado por agentes da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, apontando o envolvimento de membros do Comando Vermelho com a cúpula da pasta, bem como na gestão municipal. O governo amazonense nega, e o prefeito de Manaus, David Almeida, alega falta de provas e acusa o parlamentar de calúnia para fins eleitorais. O prefeito e o deputado foram rivais na Câmara Municipal de Manaus. Mais do que uma intervenção, Amom defende que a União assuma publicamente a agenda da segurança pública na Amazônia como uma de suas prioridades. "Enquanto as autoridades brasileiras não estiverem dispostas a ter essa exposição, a colocar a cara a tapa contra o crime organizado, o Estado brasileiro não vai ter a capacidade de se impor e combater o crime organizado", argumentou. Além do esforço concentrado na segurança pública, Amom defende a implementação de um trabalho multifacetado para minar a autoridade das facções locais. "Para além de uma intervenção na segurança pública, nós precisamos atuar na questão de base, como na educação, por exemplo. A ausência do Estado brasileiro na educação e saúde no Amazonas também colabora para o avanço da criminalidade", apontou. Apesar de aparecer nas pesquisas eleitorais para a prefeitura de Manaus, Amom conta que, no momento, não pretende disputar o cargo, tendo como prioridade seus projetos ainda em andamento no Congresso Nacional. A entrevista também está disponível no Soundcloud:
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