[caption id="attachment_143049" align="alignleft" width="285" caption="Ramona diz que foi enganada sobre salário e que teme perseguição da Polícia Federal"]
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[fotografo]Zeca Ribeiro/Ag. Câmara[/fotografo][/caption]Uma cubana participante do programa
Mais Médicos passou a última noite na liderança do DEM na Câmara. Ramona Matos Rodriguez, de 51 anos, decidiu abandonar o programa do Ministério da Saúde, alegando que foi enganada sobre o valor de seu salário. Ela dormiu em uma poltrona. Segundo o deputado Ronaldo Caiado, que contou a história da médica ontem à tarde no plenário, a liderança do DEM agora é a "embaixada dos médicos cubanos que queiram se refugiar". Ele disse que o partido vai ajudar Ramona a pedir asilo político às autoridades brasileiras.
A médica chegou a Brasília depois de deixar no sábado passado o município de Pacajá, no interior do Pará, onde trabalhou por cinco meses. Ela alega que teve os telefones grampeados pela Polícia Federal e que recebeu informação de que policiais federais estiveram atrás dela no município paraense. "Que direito tem a PF de prender uma médica que está prestando serviço no Brasil e clama por liberdade?", provocou Caiado, ontem no plenário.
O deputado apresentou papéis que, segundo ele, comprovam que a contratação dos médicos cubanos, ao contrário do que afirma o governo federal, não foi feita por meio de acordo celebrado com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), mas com uma entidade cubana.
De acordo com Caiado, a médica recebia US$ 1 mil (R$ 2.400) por mês. Ainda assim, de maneira fracionada: US$ 600 ficavam depositados em uma conta do governo cubano à qual ela teria acesso apenas posteriormente. O governo oferece R$ 10 mil para os profissionais do Mais Médicos. No caso dos médicos cubanos, parte da remuneração vai para o Estado. Segundo informou o Ministério da Saúde em agosto, os profissionais de Cuba teriam remuneração entre
R$ 2,5 mil a R$ 4 mil. Ramona diz que não sabia das diferenças de salário e que se sentiu enganada.
Os ministérios da Saúde e da Justiça ainda não se pronunciaram sobre o caso.
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