[caption id="attachment_198698" align="alignleft" width="360" caption="Ministro levou notícia pessoalmente a
Renan Calheiros"]
Jaques Wagner" src="https://static.congressoemfoco.com.br/2015/06/JW.jpg" alt="" width="360" height="270" />[fotografo]EBC[/fotografo][/caption]O ministro da Defesa,
Jaques Wagner, foi comunicar pessoalmente ao presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), no início da noite desta terça-feira (16), que o governo da Venezuela autorizou a entrada de um avião militar tripulado por senadores brasileiros no aeroporto da capital Caracas. O objetivo da viagem, prevista para a próxima quinta-feira (18), é prestar apoio a líderes oposicionistas venezuelanos presos naquele país. Em caráter oficial, a comitiva será liderada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB-SP), e reunirá também os senadores
Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO), José Agripino (DEM-RN),
Sérgio Petecão (PSD-AC) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Mais cedo, o Ministério da Defesa já havia comunicado ao Senado que a autorização para a entrada da aeronave - um jato da Força Aérea Brasileira - ainda não havia sido emitida pelas autoridades venezuelanas. O pedido ao país vizinho foi formalmente encaminhado pela Mesa Diretora e subscrito por Renan. A demora da reposta da Venezuela gerou críticas, especulações e a decisão, por parte dos senadores de oposição, de viajar em um avião de carreira.
Mas
Jaques Wagner desfez o mal entendido, em desfecho festejado por Renan ("É bom para as relações diplomáticas", disse). E comunicou que, apesar da permissão para o voo, o governo do chavista Nicolás Maduro não autorizou a visita aos presos políticos - um deles, o líder do partido de oposição Vontade Popular, Leopoldo López, foi preso em fevereiro de 2014 e está em greve de fome há quase 20 dias.
"A Venezuela comunicou à Embaixada do Brasil, que me comunicou, que evidentemente estava autorizando o pouso do avião da FAB. Garantiram, inclusive, que vão garantir toda a circulação [dos senadores]. Dentro da autonomia deles, eles não vão autorizar a visita, como não autorizaram a outras autoridades. Mas, em relação à chegada dos senadores e à conversa com os familiares [dos líderes presos], está tudo garantido", afirmou o ministro.
Para Aécio, a comitiva senatorial terá a oportunidade de "fazer um chamamento à libertação dos presos políticos". "E também clamar pela definição da data das eleições parlamentares naquele país, sob a fiscalização e também o acompanhamento de organismos internacionais", declarou o tucano.
Sem petistas
Segundo Aloysio Nunes, nenhum senador do PT demonstrou interesse em integrar a comitiva. E poderiam tê-lo feito - são seis os
membros petistas na CRE, metade dos quais titular, e bastaria uma comunicação formal ao comando do colegiado para que a viagem com o grupo fosse viabilizada. Não por acaso, a presidenta Dilma Rousseff tem dito que a soberania venezuelana deve ser respeitada, e que a animosidade política deve ser resolvida internamente, sem interferência de outras nações.
"O Partido dos Trabalhadores apoia o governo atual da Venezuela, de modo que no grupo haverá somente senadores da oposição e alguns da base do governo", comentou Aloysio.
A empreitada à Venezuela atende a uma súplica feita por familiares dos presos em audiência pública realizada em maio na CRE. Na ocasião, Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, relatou à comissão o drama por que passa seu marido. López está preso desde fevereiro de 2014 sob acusação de "instigação pública", danos a propriedades, formação de quadrilha e incêndio.
Ele foi um dos protagonistas dos protestos que, naquele ano, levou milhões de venezuelanos às ruas contra o governo de Maduro, quando houve confrontos violentos com a polícia. López iniciou uma greve de fome há 19 dias, perdeu dez quilos no processo e, segundo Lilian Tintori, em declaração feita ontem (segunda, 15), manterá o protesto. Ela denunciou que o marido não teve avaliação médica adequada, supostamente por descaso por parte das autoridades venezuelanas.
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