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Congresso em Foco
18/3/2011 11:41
Mário Coelho
A entrevista do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, publicada pelo site da revista Veja ontem (17), provocou respostas dos integrantes da cúpula do DEM da noite de quinta-feira até a manhã desta sexta (18). Arruda afirmou que alimentou a campanha de ex-colegas de partido, e sugere que o dinheiro era ilegal. Segundo advogados do ex-governador, a entrevista foi feita em setembro do ano passado, mas só agora foi publicada.
A mais recente resposta foi do senador José Agripino (DEM-RN), eleito presidente da legenda nesta semana. Arruda disse que o parlamentar pediu, em 2008, R$ 150 mil para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). "São informações totalmente infundadas que repilo à altura. Trata-se, provavelmente, de declarações de alguém profundamente magoado com parlamentares que exigiram sua saída imediata do partido por não tolerarem seu envolvimento com improbidades, algo inadmissível no Democratas", disse Agripino, em nota.
Tido pelo Ministério Público Federal (MPF) como chefe da quadrilha que participou do esquema de propina conhecido como mensalão do Arruda, o ex-governador disse também que ele e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), trabalhavam para arrecadar dinheiro para o partido. Inclusive afirmou que "tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM)". "Todas as doações foram feitas de forma legal para o partido. Está tudo registrado na contabilidade do partido e à disposição do TSE", disse o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), em mensagem publicada no Twitter ontem à noite.
Na entrevista, Arruda disse que ajudou financeiramente a campanha do deputado ACM Neto (DEM-BA) a prefeito de Salvador, em 2008. Em nota, o parlamentar disparou contra o ex-governador do DF. "Não passam de mentiras de alguém que, comprovadamente, foi flagrado em ato de corrupção. Ele sequer apresentou indícios ou provas", comentou. O parlamentar adiantou que vai mandar requerimentos à Polícia Federal e ao MPF para que suas contas da campanha de 2008 sejam reexaminadas. "As minhas contas foram aprovadas em todas as instâncias da Justiça Eleitoral porque sempre agi dentro de princípios éticos e morais, ao contrário de José Roberto Arruda, um dos chefes do esquema de corrupção que envergonhou brasilienses e brasileiros", atacou.
Vice-presidente do DEM, o deputado Ronaldo Caiado (GO) usou o Twitter e uma nota oficial para rebater as acusações e atacar Arruda. "Estive reunido no Palácio de Águas Claras com Arruda quando ele era governador do DF, em 2009, junto com no mínimo 15 pessoas ligadas ao setor de transporte responsável pelo serviço nas cidades do Entorno e do DF", disse Caiado. À Veja, Arruda afirmou que o parlamentar goiano levou até ele "um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília".
"Arruda, diante do cenário na região, alimentado por seu espírito de gângster, mais uma vez viu a oportunidade de lucrar com o dinheiro público e por tabela estender seus tentáculo sobre Goiás. Arruda, o mensaleiro, queria ter o controle sobre as linhas de transporte que faziam a rota entre as cidades do Entorno e o Distrito Federal. Pela legislação, essas linhas são tuteladas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)", retrucou Caiado. Assim como ACM Neto, o deputado disse que também vai acionar a PF e o MPF. Ele quer que seja divulgado qualquer fato, "se houver", com seu nome.
Já para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o assunto só vai se encerrar quando "a sociedade estiver tranquila de que o Arruda se encontra aos cuidados dos agentes penitenciários". Arruda acusou o senador de ter feito lobby pela contratação, por parte do governo, de uma empresa de cobrança de contas atrasadas. "Só estive no Palácio do Buriti uma única vez, junto com o senador Cristovam Buarque, quando Arruda o convidou para compor chapa", disse.
"Naturalmente isso ocorreu antes do escândalo que o levou a conhecer a carceragem por dentro e ter duas horas diárias de banho de sol. A denúncia contra mim não tem cabimento jurídico. Quem cobra dívidas do Estado é a Fazenda Pública. Não há como empresa privada fazer isso", respondeu Demóstenes. Ele adiantou que vai entrar na Justiça contra Arruda pelas declarações na entrevista.
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