[caption id="attachment_79675" align="alignleft" width="285" caption="Demóstenes sempre negou conhecer Fernando Cavendish pessoalmente e ter ligações com a Delta"]
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[fotografo]Antonio Cruz/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Em depoimento à CPI do Cachoeira, nesta terça-feira (28), o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) Luiz Antônio Pagot afirmou que o ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) tentou interferir para que a empresa Delta Construções fosse beneficiada com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, o pedido foi feito durante um jantar realizado na casa do então senador.
Pagot nega conivência com corrupção no Dnit e acusa Delta
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Pagot contou que Fernando Cavendish, presidente licenciado da construtora, e Claudio Abreu, ex-diretor da empresa no Centro-Oeste, participaram do jantar. "O senador me chamou em uma sala reservada e disse que tinha dívidas junto à Delta, que sempre havia apoiado suas campanhas. Precisava de obras com o carimbo dele. Eu respondi que lamentava, mas não podia ajudá-lo", afirmou Pagot.
Em sua defesa no processo que levou à sua cassação, Demóstenes sempre sustentou que jamais esteve com Fernando Cavendish. O empresário também nega ter tido qualquer contato pessoal com o senador. Demóstenes foi apontado pela Polícia Federal como sócio oculto da Delta. "Para minha surpresa, havia vários diretores da Delta. [...] Foi conversado sobre vinhos, sobre o desenvolvimento do Brasil. O senador me perguntou se ia ter dinheiro para executar todas as obras do PAC I e PAC II. Me perguntou isso várias vezes", descreveu o encontro o ex-diretor do Dnit.
Questionado pelo deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) sobre o crescimento da Delta durante os governos Lula e Dilma, Pagot afirmou que a empreiteira ocupou o espaço deixado pelas grandes construtoras do país, que demonstraram desinteresse pelas obras do PAC. Segundo ele, em razão dos "preços apertados", do alto grau de exigência e da fiscalização, as empreiteiras tradicionais preferiram fazer obras finaciadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em outros países da América Latina e na África.
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