[caption id="attachment_37441" align="alignleft" width="319" caption="Genoino diz que STF o condenou sem provas e que deixa o governo com a "consciência dos inocentes""]
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[fotografo]Agência Câmara[/fotografo][/caption]O ex-presidente nacional do PT e ex-deputado José Genoino decidiu entregar o cargo de assessor especial do ministro da Defesa, Celso Amorim, na manhã desta quarta-feira (10). Ele foi condenado ontem por corrupção ativa no processo do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o jornal
Folha de S. Paulo, Genoino anunciou sua saída durante a leitura de uma carta na sede do PT em São Paulo. "Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me envergonho de nada." Ele afirmou ainda que continuará trabalhando para construir "um Brasil melhor, mais justo e soberano".
No pronunciamento que durou cerca de cinco minutos, Genoino afirmou que o Supremo errou ao analisar o seu caso. "Uma injustiça monumental foi cometida! A corte foi, sobretudo, injusta. Condenou um inocente, condenou-me sem provas. Reservo o direito de discutir democraticamente essa decisão", afirmou. Cercado por assessores, ele leu a carta com as mãos trêmulas e foi aplaudido pelos correligionários.
Genoino afirmou que a Corte se baseou na "teoria do domínio funcional do fato". "(Ela) se transformou na tirania da hipótese pré-estabelecida, construiu-se uma acusação escabrosa que pôde prescindir de evidências, testemunhas e provas", afirmou.
"Campanha de ódio"
O ex-presidente do PT disse ainda que sua condenação reflete um desejo de, na verdade, condenar o partido que está sendo alvo de uma "campanha de ódio". "Mas eles fracassarão. O julgamento da população sempre nos favorecerá, pois ela sabe reconhecer quem trabalha por seus justos interesses. Ela também sabe reconhecer a hipocrisia dos moralistas de ocasião", disse.
Segundo a acusação do Ministério Público, Genoino participou de tratativas com empresários e partidos aliados para alimentar o valerioduto, e também foi responsável por ajudar na distribuição do dinheiro. No entanto, sua defesa argumenta que ele não atuava na parte financeira do partido, sua participação se restringia à articulação política.
A reunião na sede do partido em São Paulo estava marcada para discutir os rumos do PT no segundo turno das eleições municipais.
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